31 dezembro 2008

Da Rússia, com a factura...

A Rússia, através do gigante Gazprom, ameaçou novamente cortar o fornecimento de gás natural à Ucrânia, se Kiev não pagar os dois mil milhões de dólares em dívida, relativos ao fornecimento.

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29 dezembro 2008

É lógico...

(comentário escrito num fórum do Público)

É lógico que um povo refugiado, preso dentro das partes inúteis do seu próprio território histórico, é um povo revoltado. É lógico que Israel tente defender da mesma maneira que sempre defendeu o seu Estado invasor, através da agressão ao estilo "Blitzkrieg". É lógico que os EUA apoiem o seu grande aliado na região. É lógico que as pessoas pensem muitas coisas diferentes, mediante a perspectiva que têm sobre os factos/acontecimentos. É lógico que haja muito anti-islamismo no mundo ocidental. É lógico que haja muito anti-sionismo no mundo islâmico.



"Uma guerra para mudar as regras do jogo"

Em 2006, o Hamas exigiu a Israel que reconhecesse as fronteiras de 1967, se retirasse de toda a Cisjordânia, incluindo Jerusalém, e aceitasse o “direito de retorno” dos refugiados. Em troca, propôs o que o profeta Maomé ofereceu aos judeus há 1400 anos: uma “hudna” por 10 anos, mais do que uma trégua, menos que um cessar-fogo. Não há aqui lugar para a paz.

É desta forma que termina a notável peça do Público:

"uma guerra para mudar as regras do jogo – perguntas e respostas sobre a última guerra israelo-palestiniana"

28 dezembro 2008

Paquistão "não quer a guerra" mas está "totalmente preparado"

“Não queremos lutar, não queremos ter uma guerra, não queremos um conflito com os nossos vizinhos”, disse o primeiro-ministro do Paquistão, Syed Yousuf Raza Gilani, citado pelo estadão internacional. O Governante paquistanês garante que “não quer uma guerra” entre as duas potências nucleares, mas garante que o exército está “totalmente preparado” para responder em caso de ataque.

A Índia tem, nas últimas semanas, aumentado a presença militar nas zonas fronteiriças com o Paquistão, depois dos atentados de Mumbai. Segundo uma fonte militar, citada pela AFP, o Exército paquistanês tem, nos últimos dias, movido tropas do noroeste do país para a fronteira com a Índia. Este movimento representa o aumento do vazio de poder nas zonas contíguas ao Afeganistão, onde a Al-Qaeda e os Taliban têm significativa influência na sociedade tribal.

Sem piedade, sobre Gaza

Mais de trezentas pessoas morreram em Gaza nas últimas horas, devido aos raides da Força Aérea israelita sobre o território. A operação visa impedir os militantes palestinianos de continuar a lançar foguetes sobre o território de Israel. Os ataques têm sido frequentes, desde que o Hamas declarou o fim da trégua, na última semana.

O Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, apelou ao Hamas para que pare com os ataques. Depois de uma reunião com o Presidente egípcio Hosni Mubarak, no Cairo, Abbas lamentou o sucedido e apelou à calma. “Avisámos para este grande perigo e dissemos que deviam ser retirados todos os pretextos usados por Israel”, declarou.

O dia de hoje ficou marcado pela destruição de cerca de quarenta túneis entre Rafah e o Egipto, estruturas que têm assegurado a entrada de mercadorias na Faixa, desde que Israel fechou as ligações fronteiriças. O Ministro da Defesa, Ehud Barack, já deu a entender que poderá estar em preparação uma incursão terrestre do Tsahal no território.

21 dezembro 2008

Mugabe "perdeu a noção da realidade"

Robert Mugabe “perdeu a noção da realidade”. A afirmação é de Jendayi Frazer, Secretária de Estado adjunta norte-americana para os Assuntos Africanos. Em périplo pelos países da região, a alta responsável esteve reunida com os presidentes de Moçambique, Lesoto e África do Sul para discutir a questão do Zimbabué.

Citada pelo Público, Frazer considera que “um Governo de união nacional não é possível” com Mugabe no poder. “Não há Governo no país desde as eleições de Março”, declarou a representante americana. “Estávamos prontos para utilizar a influência dos Estados Unidos para negociar com o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional o perdão da dívida de 1,2 mil milhões de dólares ao Zimbabué, mas de agora em diante já não estamos”, garantiu.

Ver notícia completa

19 dezembro 2008

"O Zimbabué pertence-me"

“O Zimbabué pertence-me”, exclamou esta sexta-feira Robert Mugabe, no discurso de abertura da conferência anual do seu partido, a União Africana Nacional do Zimbábue – Frente Patriótica (ZANU-PF). “Esta é uma guerra, camaradas e amigos, pelos nossos recursos”, declarou Mugabe, citado pela Globo. O líder acusou o Reino Unido de estar a “tentar apoderar-se novamente” dos recursos naturais do país e garantiu que não vai ceder às pressões internacionais que o tentam afastar do poder.

16 dezembro 2008

Sorria! Está em Espanha!

Esta fotografia foi tirada hoje à tarde em Lisboa. Será que a mensagem publicitária não agride a nossa soberania?

15 dezembro 2008

Bush shoe throw

As sapatadas falhadas, contra George W. Bush, foram hoje tema de ampla discussão em todo o mundo. Um site alemão criou, inclusivamente, um jogo para que todos possam acertar no alvo que o jornalista iraquiano Muntazar al-Zaidi falhou. Quem quiser entender o significado do gesto, clique aqui, que o Público esclarece.

Para atirar os sapatos a Bush, clique aqui!

14 dezembro 2008

Turquemenistão elege Parlamento

O Turquemenistão foi hoje às urnas para eleger um parlamento. Os quase três milhões de eleitores, porém, tinham poucas alternativas ao Partido Democrata, única formação política legalizada no país. Candidataram-se também alguns independentes “previamente aprovados pelas autoridades”, segundo informação veiculada pelo jornal Público.

A morte, no final de 2006, do Presidente Saparmurat Niazov, abriu o caminho a uma transição democrática neste país da Ásia central. Estas eleições realizam-se no contexto da nova Constituição, que estabelece a divisão de poderes entre os Órgãos de Soberania. De acordo com a Euronews, o Texto Constitucional “fixa também o pluripartidarismo, o avanço para a economia de mercado, o direito dos cidadãos a uma habitação condigna e o controlo das riquezas nacionais”.

O "beijo do adeus" de Bush

O Presidente norte-americano George W. Bush foi, este domingo, alvo de um ataque insólito. Enquanto dava uma conferência de imprensa conjunta com o Primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, em Bagdad, um jornalista local atirou os sapatos a Bush, depois de gritar: “é o beijo do adeus, espécie de cão”. Depois do protagonista do incidente ter sido expulso da sala, o Presidente americano, com a descontracção que lhe é característica, ainda brincou com o sucedido, dizendo que “não calçava o 44”.



11 dezembro 2008

Grécia a ferro e fogo

A morte, no último sábado, de um adolescente grego às mãos da polícia, mergulhou a república helénica no caos. Grupos de manifestantes têm protagonizado uma onda de violência urbana sem paralelo, que está a afundar a Grécia na mais grave crise política e social desde o fim da ditadura militar. Depois do sexto dia de confrontos, o porta-voz da polícia, Panayotis Stathis, declarou à AFP que "a situação continua tensa em Atenas, mas melhorou muito no resto do país".

29 novembro 2008

MNE paquistanês quer colaborar com a Índia

O Ministro dos Negócios Estrangeiros do Paquistão, Makhdoom Shah Mahmood Qureshi, declarou este sábado que o seu país está disposto a colaborar totalmente com as autoridades vizinhas, no sentido de descobrir os responsáveis pelos atentados desta semana em Mumbai, capital financeira da União Indiana. “O terrorismo é uma ameaça comum e estamos ombro a ombro com a Índia para resolver essa ameaça”, afirmou o chefe da diplomacia paquistanesa, garantindo que “deseja ter relações amigáveis com a Índia”, única forma de “conseguir a paz e a estabilidade na região”.

27 novembro 2008

As cores das bandeiras

Mais uma curiosidade que encontrei através do Stumble!

Medvedev na Venezuela prepara "VenRus 2008"

O Presidente russo, Dmitri Medvedev, depois de visitar o Brasil e o Peru, desembarcou esta quarta-feira em Caracas, onde foi recebido pelo seu homólogo venezuelano, Hugo Chávez. Na quinta-feira, os dois Presidentes passaram revista a quatro navios russos ancorados no porto de La Guaira, antes de Medvedev rumar a Cuba, última paragem do seu périplo sul-americano.

Os vasos de guerra russos estão no mar das Caraíbas por ocasião das manobras militares conjuntas “VenRus 2008”, a realizar na próxima semana.. A operação envolve um total de 2300 homens e um grande dispositivo militar naval, em claro desafio às autoridades norte-americanas. Chávez, em declarações aos jornalistas, lembrou que o exercício “não é dirigido contra ninguém” e salientou que a Venezuela continuará “a trabalhar com a Rússia na questão estratégica de defesa”.

22 novembro 2008

Intelligence americana prevê fim da hegemonia


Brasil, China, Índia, Rússia e as monarquias do Golfo Pérsico serão as superpotências do século XXI. A conclusão é do relatório "Tendências Globais 2025”, elaborado pelo Conselho Nacional de Informações dos EUA e divulgado esta sexta-feira. Os especialistas que elaboraram o estudo consideram que o Irão, a Turquia e a Indonésia protagonizarão também um grande desenvolvimento. O relatório prevê ainda que o dólar deixará, a médio prazo, de ser a moeda mais importante nas trocas internacionais, passando a ocupar a posição de “uma entre iguais”.
ver press release do Dep. de Estado

ver também:
Krassimir Petrov e a “economia dos impérios” (2006)

09 novembro 2008

Gregos e arménios à pancada no Santo Sepulcro

Sacerdotes das Igrejas Ortodoxas arménia e grega protagonizaram, este sábado, novas cenas de pancadaria no interior da Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém. A Polícia israelita interveio, detendo alguns religiosos. O incidente ocorreu na cerimónia da Festa da Cruz, uma celebração arménia que festeja a descoberta da cruz na qual Jesus terá sido crucificado.

A Igreja é um dos mais importantes locais de peregrinação para os cristãos, sendo partilhada pelos cultos romano, grego e arménio desde 1852, ano em que a administração otomana definiu regras de coabitação. As “fronteiras” que separam os dois credos são as colunas de pedra existentes no interior, que delimitam o espaço a ser utilizado por cada grupo. A Basílica é administrada por duas famílias muçulmanas, que garantem o cumprimento das regras.

05 novembro 2008

"Nunca fui o candidato mais provável para o cargo"

Os resultados eleitorais confirmaram os números apontados pelas sondagens. Barack Obama será o 44º Presidente dos Estados Unidos da América. O candidato democrata conseguiu 338 grandes eleitores, tendo McCain alcançado apenas 155. Também em pontos percentuais a vitória foi inequívoca. Obama teve 52% dos votos, enquanto McCain não foi além dos 48. Aqui fica o notável discurso de vitória, copiado do Público:


Boa noite, Chicago. Se ainda houver alguém que duvida que a América é o lugar onde todas as coisas são possíveis, que questiona se o sonho dos nossos fundadores ainda está vivo, que ainda duvida do poder da nossa democracia, teve esta noite a sua resposta.


É a resposta dada pelas filas de voto que se estendiam em torno de escolas e igrejas em números que esta nação jamais vira, por pessoas que esperaram três e quatro horas, muitas pela primeira vez na sua vida, porque acreditavam que desta vez tinha de ser diferente, que as suas vozes poderiam fazer essa diferença.


É a resposta dada por jovens e velhos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, asiáticos, nativos americanos, homossexuais, heterossexuais, pessoas com deficiências e pessoas saudáveis. Americanos que enviaram uma mensagem ao mundo, a de que nunca fomos apenas um conjunto de indivíduos ou um conjunto de Estados vermelhos e azuis.


Somos e sempre seremos os Estados Unidos da América. É a resposta que levou aqueles, a quem foi dito durante tanto tempo e por tantos para serem cínicos, temerosos e hesitantes quanto àquilo que podemos alcançar, a porem as suas mãos no arco da História e a dobrá-lo uma vez mais em direcção à esperança num novo dia.


Há muito que isto se anunciava mas esta noite, devido àquilo que fizemos neste dia, nesta eleição, neste momento definidor, a mudança chegou à América.


Há pouco recebi um telefonema extraordinariamente amável do Senador McCain. O Senador McCain lutou longa e arduamente nesta campanha. E lutou ainda mais longa e arduamente pelo país que ama. Fez sacrifícios pela América que muitos de nós não conseguimos sequer imaginar. Estamos hoje melhor devido aos serviços prestados por este líder corajoso e altruísta.


Felicito-o e felicito a governadora Palin por tudo aquilo que alcançaram. Espero vir a trabalhar com eles para renovar a promessa desta nação nos próximos meses.


Quero agradecer ao meu parceiro neste percurso, um homem que fez campanha com o seu coração e falou pelos homens e mulheres que cresceram com ele nas ruas de Scranton e viajaram com ele no comboio para Delaware, o vice-presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden.


E eu não estaria aqui hoje sem o inabalável apoio da minha melhor amiga dos últimos 16 anos, a pedra angular da nossa família, o amor da minha vida, a próxima Primeira Dama do país, Michelle Obama.


Sasha e Malia, amo-vos mais do que poderão imaginar. E merecem o novo cachorro que virá connosco para a nova Casa Branca.


E embora ela já não esteja entre nós, sei que a minha avó está a observar-me, juntamente com a família que fez de mim aquilo que sou. Tenho saudades deles esta noite. Reconheço que a minha dívida para com eles não tem limites.


Para a minha irmã Maya, a minha irmã Alma, todos os meus outros irmãos e irmãs, desejo agradecer-vos todo o apoio que me deram. Estou-vos muito grato.


E ao meu director de campanha, David Plouffe, o discreto herói desta campanha, que, na minha opinião, concebeu a melhor campanha política da história dos Estados Unidos da América.


E ao meu director de estratégia, David Axelrod, que me tem acompanhado em todas as fases do meu percurso.Para a melhor equipa alguma vez reunida na história da política: tornaram isto possível e estou-vos eternamente grato por aquilo que sacrificaram para o conseguir.


Mas acima de tudo nunca esquecerei a quem pertence verdadeiramente esta vitória. Ela pertence-vos a vós. Pertence-vos a vós.


Nunca fui o candidato mais provável para este cargo. Não começámos com muito dinheiro nem muitos apoios. A nossa campanha não foi delineada nos salões de Washington. Começou nos pátios de Des Moines, em salas de estar de Concord e nos alpendres de Charleston. Foi construída por homens e mulheres trabalhadores que, das suas magras economias, retiraram 5 e 10 e 20 dólares para a causa.


Foi sendo fortalecida pelos jovens que rejeitavam o mito da apatia da sua geração e deixaram as suas casas e famílias em troca de empregos que ofereciam pouco dinheiro e ainda menos sono.


Foi sendo fortalecida por pessoas menos jovens, que enfrentaram um frio terrível e um calor sufocante para irem bater às portas de perfeitos estranhos, e pelos milhões de americanos que se ofereceram como voluntários, se organizaram e provaram que mais de dois séculos depois, um governo do povo, pelo povo e para o povo não desaparecera da Terra.


Esta vitória é vossa.


E sei que não fizeram isto apenas para vencer uma eleição. E sei que não o fizeram por mim.


Fizeram-no porque compreendem a enormidade da tarefa que nos espera. Porque enquanto estamos aqui a comemorar, sabemos que os desafios que o amanhã trará são os maiores da nossa vida – duas guerras, uma planeta ameaçado, a pior crise financeira desde há um século.


Enquanto estamos aqui esta noite, sabemos que há americanos corajosos a acordarem nos desertos do Iraque e nas montanhas do Afeganistão para arriscarem as suas vidas por nós.

Há mães e pais que se mantêm acordados depois de os seus filhos adormecerem a interrogarem-se sobre como irão amortizar a hipoteca, pagar as contas do médico ou poupar o suficiente para pagar os estudos universitários dos filhos.


Há novas energias para aproveitar, novos empregos para serem criados, novas escolas para construir, ameaças para enfrentar e alianças para reparar.


O caminho à nossa frente vai ser longo. A subida vai ser íngreme. Podemos não chegar lá num ano ou mesmo numa legislatura. Mas América, nunca estive tão esperançoso como nesta noite em como chegaremos lá.


Prometo-vos. Nós, enquanto povo, chegaremos lá. Haverá reveses e falsas partidas. Há muitos que não concordarão com todas as decisões ou políticas que eu tomar como presidente. E sabemos que o governo não consegue solucionar todos os problemas.

Mas serei sempre honesto para convosco sobre os desafios que enfrentarmos. Ouvir-vos-ei, especialmente quando discordarmos. E, acima de tudo, pedir-vos-ei que adiram à tarefa de refazer esta nação da única forma como tem sido feita na América desde há 221 anos – pedaço a pedaço, tijolo a tijolo, e com mãos calejadas.


Aquilo que começou há 21 meses no rigor do Inverno não pode acabar nesta noite de Outono. Somente a vitória não constitui a mudança que pretendemos. É apenas a nossa oportunidade de efectuar essa mudança. E isso não poderá acontecer se voltarmos à forma como as coisas estavam.


Não poderá acontecer sem vós, sem um novo espírito de empenho, um novo espírito de sacrifício.


Convoquemos então um novo espírito de patriotismo, de responsabilidade, em que cada um de nós resolve deitar as mãos à obra e trabalhar mais esforçadamente, cuidando não só de nós mas de todos.


Recordemos que, se esta crise financeira nos ensinou alguma coisa, é que não podemos ter uma Wall Street florescente quando as Main Street sofrem.


Neste país, erguemo-nos ou caímos como uma nação, como um povo. Resistamos à tentação de retomar o partidarismo, a mesquinhez e a imaturidade que há tanto tempo envenenam a nossa política.


Recordemos que foi um homem deste Estado que, pela primeira vez, transportou o estandarte do Partido Republicano até à Casa Branca, um partido fundado em valores de independência, liberdade individual e unidade nacional.


São valores que todos nós partilhamos. E embora o Partido Democrata tenha alcançado uma grande vitória esta noite, fazemo-lo com humildade e determinação para sarar as divergências que têm atrasado o nosso progresso.


Como Lincoln disse a uma nação muito mais dividida do que a nossa, nós não somos inimigos mas amigos. Embora as relações possam estar tensas, não devem quebrar os nossos laços afectivos.


E àqueles americanos cujo apoio ainda terei de merecer, posso não ter conquistado o vosso voto esta noite, mas ouço as vossas vozes. Preciso da vossa ajuda. E serei igualmente o vosso Presidente.


E a todos os que nos observam esta noite para lá das nossas costas, em parlamentos e palácios, àqueles que estão reunidos em torno de rádios em cantos esquecidos do mundo, as nossas histórias são únicas mas o nosso destino é comum, e uma nova era de liderança americana está prestes a começar.


Aos que querem destruir o mundo: derrotar-vos-emos. Aos que procuram a paz e a segurança: apoiar-vos-emos. E a todos aqueles que se interrogavam sobre se o farol da América ainda brilha com a mesma intensidade: esta noite provámos novamente que a verdadeira força da nossa nação não provém do poder das nossas armas ou da escala da nossa riqueza, mas da força duradoura dos nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e uma esperança inabalável.


É este o verdadeiro génio da América: que a América pode mudar. A nossa união pode ser aperfeiçoada. O que já alcançámos dá-nos esperança para aquilo que podemos e devemos alcançar amanhã.


Esta eleição contou com muitas estreias e histórias de que se irá falar durante várias gerações. Mas aquela em que estou a pensar esta noite é sobre uma mulher que depositou o seu voto em Atlanta. Ela é muito parecida com os milhões de pessoas que aguardaram a sua vez para fazer ouvir a sua voz nestas eleições à excepção de uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.


Ela nasceu apenas uma geração depois da escravatura, numa época em que não havia automóveis nas estradas nem aviões no céu; em que uma pessoa como ela não podia votar por duas razões – porque era mulher e por causa da cor da sua pele.


E esta noite penso em tudo o que ela viu ao longo do seu século de vida na América – a angústia e a esperança; a luta e o progresso; as alturas em que nos foi dito que não podíamos e as pessoas que não desistiram do credo americano: Sim, podemos.


Numa época em que as vozes das mulheres eram silenciadas e as suas esperanças destruídas, ela viveu o suficiente para se erguer, falar e votar. Sim, podemos.


Quando havia desespero e depressão em todo o país, ela viu uma nação vencer o seu próprio medo com um New Deal, novos empregos, e um novo sentimento de um objectivo em comum. Sim, podemos.


Quando as bombas caíam no nosso porto e a tirania ameaçava o mundo, ela esteve ali para testemunhar uma geração que alcançou a grandeza e salvou uma democracia. Sim, podemos.


Ela viu os autocarros em Montgomery, as mangueiras em Birmingham, uma ponte em Selma, e um pregador de Atlanta que dizia às pessoas que elas conseguiriam triunfar. Sim, podemos.


Um homem pisou a Lua, um muro caiu em Berlim, um mundo ficou ligado pela nossa ciência e imaginação.


E este ano, nestas eleições, ela tocou com o seu dedo num ecrã e votou, porque ao fim de 106 anos na América, tendo atravessado as horas mais felizes e as horas mais sombrias, ela sabe como a América pode mudar.


Sim, podemos.


América, percorremos um longo caminho. Vimos tanto. Mas ainda há muito mais para fazer. Por isso, esta noite, perguntemos a nós próprios – se os nossos filhos viverem até ao próximo século, se as minhas filhas tiverem a sorte de viver tantos anos como Ann Nixon Cooper, que mudança é que verão? Que progressos teremos nós feito?


Esta é a nossa oportunidade de responder a essa chamada. Este é o nosso momento.

Este é o nosso tempo para pôr o nosso povo de novo a trabalhar e abrir portas de oportunidade para as nossas crianças; para restaurar a prosperidade e promover a causa da paz; para recuperar o sonho americano e reafirmar aquela verdade fundamental de que somos um só feito de muitos e que, enquanto respirarmos, temos esperança. E quando nos confrontarmos com cinismo e dúvidas e com aqueles que nos dizem que não podemos, responderemos com o credo intemporal que condensa o espírito de um povo: Sim, podemos.


Muito obrigado. Deus vos abençoe. E Deus abençoe os Estados Unidos da América!

03 novembro 2008

Sorry About our President

Eis o site onde milhares de norte-americanos pedem desulpa pelo Presidente que têm tido...

Presidente Obama?

Os Estados Unidos da América elegem amanhã o próximo Presidente. As últimas sondagens dão como muito provável a vitória de Barack Obama, sendo que a média nacional das projecções regista uma vantagem de quase oito pontos percentuais sobre a candidatura de John McCain. Obama surge em vantagem em Estados-chave, como o Ohio e na Pensilvânia. Estes resultados fazem prever que Obama ultrapasse os 270 delegados no Colégio Eleitoral, número necessário para alcançar a Casa Branca.

30 outubro 2008

Cuba: ONU apela novamente ao fim do embargo

A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou, esta quarta-feira, uma nova resolução que incita os Estados Unidos a porem um ponto final no bloqueio a Cuba. Estados Unidos, Israel e Palau foram os únicos votos contra. Esta é segundo a AFP, “a 17ª vez consecutiva que a ONU vota um texto similar”.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros cubano, Felipe Pérez Roque, citado pela mesma agência, considerou o acontecimento “uma vitória histórica”. Segundo o responsável político, o debate evidenciou um consenso quanto ao “isolamento absoluto” de Cuba devido às políticas americanas, depois de 46 anos de embargos.

“É certo que os Estados Unidos necessitam de uma mudança, e o mundo também”, garantiu Roque, aludindo aos candidatos presidenciais americanos. John McCain defende a manutenção das sanções, ao passo que Barack Obama já manifestou, de certa forma, disponibilidade para iniciar conversações com Havana.

Sobre o tema:

Cuba: de 1906 à actualidade – uma perspectiva cronológica sobre a ilha socialista das Caraíbas

28 outubro 2008

Crise humanitária na República Democrática do Congo

Uma facção rebelde de etnia tutsi lançou, no domingo, uma ofensiva sobre as localidades congolesas de Rumangabo e Kibumba. De acordo com os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), 30 mil pessoas abandonaram as suas casas nos últimos dias. Segundo a BBC, a missão de paz da ONU foi atacada e está a dar apoio ao Exército congolês.


A quebra do cessar-fogo, pela facção tutsi, em Agosto, já provocou mais de 200 mil refugiados. As últimas notícias davam conta de uma retirada em larga escala das forças governamentais para sul. Segundo as agências, o general Laurent Nkunda, líder dos insurgentes, tenciona tomar a cidade de Goma, capital da província do Kivu Norte, na fronteira com o Ruanda.

27 outubro 2008

FMI prepara empréstimo de emergência à Ucrânia

O Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou esta segunda-feira um empréstimo de emergência à Ucrânia, no valor de 16,5 mil milhões de Dólares. Esta é a segunda intervenção do género numa semana, depois do Governo da Islândia ter assumido a falência do seu sistema financeiro e aconselhado os islandeses a que se “dedicassem à pesca”. Está também em preparação um pacote semelhante para a Hungria.

O mercado de capitais ucraniano, bem como a própria moeda, têm sofrido fortes quebras, em consequência da crise financeira mundial. Os investidores estão a abandonar o país e o principal motor da economia, a produção de aço, está a ser afectado. O decréscimo da procura, provocado pela contracção económica, fez baixar o preço do produto e as consequências orçamentais são devastadoras.

A Ucrânia vive um clima de forte instabilidade política, provocado pelo fim da coligação governamental. A posição face à actuação da Rússia na crise da Geórgia foi o ponto de ruptura entre o Presidente Viktor Iuchtchenko e a Primeira-ministra Iulia Timochenko. As eleições legislativas antecipadas, pedidas pelo partido de Timochenko, só não foram ainda marcadas por causa da crise económica que grassa no país.

22 outubro 2008

21 outubro 2008

"A era do petróleo barato terminou"

O Irão, a Rússia e o Qatar formalizaram esta terça-feira um acordo de parceria na indústria do gás. A produção conjunta dos três países representa mais de metade da produção mundial. Em visita ao Irão, o presidente do grupo Gazprom, Alexei Miller, esteve reunido com o Ministro do Petróleo iraniano, Gholam Hossein Nozari e com o Ministro da Energia do Qatar. Em declarações aos jornalistas, Miller garantiu que “o diálogo a três pode ser muito útil para todo o mercado do gás”.

“A era do petróleo barato terminou”, afirmou por sua vez o Ministro iraniano, na conferência de imprensa. Nozari chamou a atenção para o facto do preço do petróleo estar baixo demais e deixou claro que a intenção do Presidente Mahmoud Ahmadinejad, de fazer subir o preço do barril até aos 150 Dólares “não deveria ser um objectivo inalcançável”, tendo em conta que países como “o Canadá, que extrai petróleo de jazidas em alto mar”, verão a viabilidade das suas explorações posta em causa, se os preços continuarem em baixa.

19 outubro 2008

Powell apoia Obama

Colin Powell, antigo Secretário de Estado norte-americano, declarou este domingo que apoia Barack Obama na corrida à Casa Branca. Powell afirmou que John McCain mostra-se “inseguro sobre como lidar com os problemas económicos” e criticou a escolha de Sarah Palin, que considera “uma mulher notável”, mas que não está “pronta para ser Presidente”.

O apoio de Powell, um dos homens mais poderosos do país durante o primeiro mandato de George W. Bush, é um rude golpe na candidatura republicana, quando faltam apenas duas semanas para o escrutínio. As últimas sondagens, segundo as agências, davam a Obama uma vantagem de quase dez pontos percentuais sobre McCain.

16 outubro 2008

Kosovo: reconhecimento português “não altera nada”

Timothy Bancroft-Hinchey, Director e Chefe de Redacção do diário online russo PRAVDA, comentou esta quarta-feira, de forma áspera, o reconhecimento português da independência do Kosovo:


“Ao reconhecer a independência de Kosovo, Portugal demonstra que ou desconhece por completo as normas do direito internacional, ou então conhece mas finge não reconhecer, preferindo vergar-se aos pés de Washington, ser pisado, entrar na cama e levar com toda a força”.

“O reconhecimento de Portugal não torna Kosovo num país mas torna Portugal, sim, membro do grupo de estados párias que doravante, não terão qualquer direito de pronunciar-se em qualquer assunto que fosse relacionado com o estado da lei, porque o quebrou”.


Ver o artigo completo

14 outubro 2008

Síria e Líbano estabelecem relações diplomáticas

A Síria e o Líbano estabeleceram hoje relações diplomáticas, depois de seis décadas de costas voltadas. O Presidente Bashar al-Assad, assinou esta terça-feira o decreto que formaliza a intenção de instalar brevemente uma embaixada em Beirute. Este foi um passo importante para contrariar o isolamento da Síria. As pressões exercidas sobre Damasco, por parte dos países ocidentais, no sentido do reconhecimento pleno da soberania libanesa, mostraram hoje os seus frutos.

Fontes diplomáticas sírias, citadas pela Agência Efe, consideraram que a missão de um embaixador sírio no Líbano “será muito complicada, já que terá que lidar com os diferentes grupos políticos e religiosos que dividem o país”. O Ministro dos Negócios Estrangeiros libanês, Fawzi Salloukh, estará amanhã em Damasco, onde se encontrará com representantes sírios para, segundo a mesma fonte, “examinar os mecanismos” do estabelecimento das relações bilaterais oficiais.

06 outubro 2008

Segunda-feira negra, outra vez

Os mercados de capitais viveram hoje outro dia de pânico. Em Lisboa, a queda do índice PSI20 atingiu o valor histórico de 9,86 porcento. A bolsa de Paris perdeu mais de nove porcento, a de Londres quase oito e a de Frankfurt sete. A situação mais dramática viveu-se em Moscovo, onde as transacções foram interrompidas várias vezes, tendo fechado com uma desvalorização de mais de dezanove pontos percentuais.


Mesmo depois de os EUA terem, na última sexta-feira, adoptado o “Plano Paulson modificado”, para salvar o sistema financeiro federal, o início da semana também foi negro nos mercados de capitais norte-americanos. Os investidores começaram a semana pessimistas, tendo os principais índices registado perdas na ordem dos quatro porcento.


Segundo analistas citados pela AFP, “o temor desencadeado pela grande operação de resgate do banco hipotecário alemão Hypo” foi o responsável pelo crash desta segunda-feira que, de acordo com a fonte, “acabou com a ilusão de que as grandes intervenções estatais” sejam a solução para “conter rapidamente a crise financeira mundial”.

28 setembro 2008

China relança corrida espacial

Hu Jintao, Presidente da República Popular da China, congratulou-se este sábado com o sucesso da primeira caminhada espacial exclusivamente chinesa, protagonizada pelo coronel de Aeronáutica Zhai Zhigang. O taikonauta (homem do espaço) agitou a bandeira vermelha no espaço, durante a saída de 15 minutos da cápsula, transmitida pela televisão. O Presidente chinês afirmou que, até 2020, quer realizar uma missão tripulada à lua.


“É uma conquista maior para o desenvolvimento de nosso programa de voos tripulados”, disse Hu Jintao em directo, via rádio, assim que o taikonauta regressou à nave espacial Shenzhou VII. “A sua saída ao espaço foi um sucesso total”, continuou. “A pátria e o povo agradecem-lhe”. A missão Shenzhou VII consagrou a China como o terceiro país a conquistar o espaço, depois dos Estados Unidos e da União Soviética.

24 setembro 2008

Sérvia não reconhece repúblicas do Cáucaso

O Ministro dos Negócios Estrangeiros sérvio, Vuk Jeremic, deu a conhecer, esta quarta-feira, a posição do seu Governo em relação à independência da Abkházia e da Ossétia do Sul. “Estamos gratos pelo apoio de Moscovo” em relação à questão de Kosovo, afirmou Jeremic, salientando que a Sérvia não pode reconhecer as independências das repúblicas do Cáucaso, por uma questão de defesa dos “interesses nacionais” sérvios.

Segundo afirmou o chefe da diplomacia do país balcânico, “a soberania e integridade territorial dos países internacionalmente reconhecidos é algo que consideramos sagrado, seja em relação à Sérvia, seja em relação a qualquer outro país do mundo”. Jeremic lembrou também que a Sérvia tinha advertido a comunidade internacional que o reconhecimento da independência do Kosovo abriria “um precedente perigoso”.

23 setembro 2008

Vasos de guerra russos rumam à Venezuela

Um grupo de navios russos partiu esta terça-feira rumo à Venezuela, para realizar uma série de “exercícios de treino militar”, no âmbito da parceria russo-venezuelana de defesa. Segundo os responsáveis do Kremlin, as manobras têm por objectivo treinar acções conjuntas de salvamento e de combate a “terroristas navais”. Citado pelo jornalista José Milhazes, Igor Digalo, porta-voz da Marinha russa, esclareceu que não há “qualquer sentido político oculto nestas manobras”, que “estavam planeadas há muito tempo”.

21 setembro 2008

Besh O droM

Só para dar a conhecer, aqui está um vídeo de uma das minhas bandas favoritas, os Besh O droM, da Hungria:

Yankee go home!

Como retiraram o vídeo que estava na peça "Chávez, ganda maluco", estive novamente à procura do discurso do Presidente Venezuelano. Aqui está, seguido de uma música perfeitamente enquadrada (ver até ao fim).

There's no way like the american way

Encontrei no Stumble!
A foto é de 1937.

18 setembro 2008

Ahmadinejad convida candidatos americanos para debate


O Presidente da República Islãmica do Irão, Mahmoud Ahmadinejad, convidou, esta quinta-feira, os candidatos à presidência dos Estados Unidos para debaterem directamente consigo, durante a visita que vai realizar a Nova Iorque, onde participará na Assembleia-geral da Organização das Nações Unidas. “Não tenho nos meus planos falar com os políticos americanos, mas estou totalmente disposto a participar num debate livre com os candidatos”, garantiu o líder iraniano em conferência de imprensa.

17 setembro 2008

Lula garante apoio a Evo Morales

O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou esta quarta-feira que “a interferência das embaixadas americanas”, na política interna dos Estados da América do sul, é recorrente “em vários momentos da história”. Segundo afirmou o Chefe de Estado brasileiro, Evo Morales tomou a decisão correcta ao expulsar o embaixador dos Estados Unidos, “se for verdadeira” a informação de que o diplomata “mantinha reuniões” com a oposição, pois “o papel de embaixador não é fazer política dentro do país”, salientou. Lula garantiu também que apoiará Morales, com meios militares, no combate aos rebeldes.

14 setembro 2008

Rússia prepara pacto de defesa para nova conjuntura geopolítica

A Rússia prepara-se para ampliar a vertente militar da Organização do Tratado de Segurança Colectiva (OTSC). A decisão foi tomada no início de Setembro, em Moscovo, na última reunião da Organização. As novas Forças de Reacção Rápida serão compostas por dez Batalhões de tropas russas, bielorussas, arménias, cazaques, uzbeques, tadjiques e quirguizes.


O anúncio foi feito por Nikolai Bordiuja, Secretário-geral da Organização. Bordiuja, citado pela agência Interfax, afirmou que o objectivo da criação deste mecanismo de Defesa colectiva é “garantir o equilíbrio político na Ásia Central, tendo em conta a deterioração da situação no Afeganistão”. O responsável revelou também que o acordo prevê a implementação de um sistema de defesa anti-aérea conjunto.


Os acordos prevêem que, em caso de agressão a um dos membros, os restantes se responsabilizem por garantir a sua defesa. Questionado sobre a abertura de parcerias com a NATO, Bordiuja declarou que os membros de OTSC estariam “prontos para cooperar”, se os países ocidentais em vez de serem “orientados por cálculos políticos” se preocupassem mais com “a segurança dos povos e Estados”.

12 setembro 2008

Chávez, ganda maluco...

Esta não é para esquecer… Hugo Chávez expulsou, esta sexta-feira, o embaixador dos Estados Unidos na Venezuela. O Presidente venezuelano deu um prazo de 72 horas ao diplomata americano para abandonar o país. No discurso mais inflamado de sempre, Chávez exclamou: "Vão para o ca**lho cem vezes!", dirigindo-se à administração americana...

08 setembro 2008

Sarkozy anuncia compromisso russo no Cáucaso

Nicolas Sarkozy garantiu esta segunda-feira que as tropas russas vão “retirar completamente do território georgiano” no prazo de um mês, excepto nos territórios separatistas da Abkházia e da Ossétia do Sul, reconhecidos por Moscovo como independentes. As declarações seguiram-se ao encontro do Presidente francês com o Chefe de Estado russo, Dmitri Medvedev, em Barvikha, nos arredores de Moscovo.

O Presidente russo declarou ter concordado com “a retirada completa” das suas tropas para as “posições que ocupavam antes dos combates”. Anuiu também em relação ao envio de observadores da União Europeia para os territórios, tendo por contrapartida a garantia, expressa numa carta de Saakashvili, entregue por Sarkozy, de que a Geórgia não voltará a recorrer à força nas auto-proclamadas repúblicas.

05 setembro 2008

EUA apoiam entrada da Ucrânia na NATO

O Vice-presidente dos Estados Unidos da América, Dick Cheney, manifestou, esta sexta-feira, o apoio do seu país à adesão da Ucrânia à NATO. As declarações foram feitas em Kiev, depois de se ter reunido, em separado, com o Presidente Viktor Iuchtchenko e com a Primeira-ministra Iulia Timochenko.

O Vice-presidente norte-americano lançou duras críticas à postura da Rússia, face à questão georgiana. “Acreditamos no direito dos homens e das mulheres viverem sem a ameaça de chantagem económica, invasão militar ou intimidação”, disse Cheney na conferência de imprensa, depois dos encontros com os líderes ucranianos.

A Ucrânia vive uma nova crise política, numa altura em que os indícios apontam Kiev como “o próximo alvo” de Moscovo. Na terça-feira, o partido do Presidente Iuchtchenko anunciou a intenção de abandonar a coligação governamental, após o partido de Timochenko ter apoiado a oposição pró-russa, numa votação parlamentar.

24 agosto 2008

Ucranianos celebram independência com parada militar

A Ucrânia celebrou hoje o 17º aniversário da sua independência com uma imponente parada militar em Kiev. Antes do desfile militar, o Presidente Viktor Iuchtchenko, em discurso ao país, pediu aos membros da NATO que acelerem o processo de adesão e, aos seus concidadãos, que se empenhem no compromisso de “acelerar o trabalho para aderir ao sistema europeu de segurança, para aumentar a capacidade de segurança do nosso país”.

“Só esses passos garantem eficazmente a nossa segurança, a inviolabilidade das nossas fronteiras e a integridade da nossa terra”, continuou Iuchtchenko. O Governante reiterou também o apoio à Geórgia no conflito com a Rússia, tendo garantido que “a Ucrânia tudo fará para não permitir o aumento do vector da força na nossa região”. Esta é, segundo afirmou, a única via para encontrar “a solução jurídica e justa” para lidar com a Rússia relativamente aos “conflitos congelados”.

Ver também:

Putin ameaça dividir a Ucrânia

Arménia e Azerbaijão “descongelam” conflito

Pridnestróvia ou Transnístria?

23 agosto 2008

"I'm a fiscal conservative"

Polícia georgiana patrulha Gori

Com o recuo das tropas russas, esta sexta-feira, o Ministério da Administração Interna da Geórgia fez saber que a polícia já regressou a Gori. Segundo a AFP, no final da tarde já era possível ver alguns automóveis na cidade, patrulhada pelas forças de segurança georgianas.

Os poucos que não abandonaram Gori durante os confrontos queixam-se das pilhagens. “Os soldados russos levaram tudo o que puderam. Como vêem, as lojas estão fechadas e as pessoas têm fome”, disse o Presidente da Câmara aos jornalistas.

21 agosto 2008

Lar, doce lar

Os candidatos à presidência dos Estados Unidos da América envolveram-se numa querela imobiliária. Esta quinta-feira, Obama lançou uma polémica sobre o facto de, quando indagado sobre quantas casas possui, John McCain ter hesitado e não ter respondido. O candidato democrata considerou que este desconhecimento é uma demonstração da alienação do candidato republicano, que do topo da sua riqueza, não consegue compreender as dificuldades económicas do cidadão comum.

Segundo o Globo online, Obama criticou também um discurso de McCain, proferido num evento sobre fé, no qual este tinha afirmado que “só considerava rico quem ganhava mais de 5 milhões de dólares por ano” e que a economia americana continuava “fundamentalmente forte”. O democrata disse que, se McCain “só considera rico quem ganha mais de 5 milhões de dólares e não sabe ao certo quantas casas tem, então não é surpreendente que possa achar que a economia está forte”.

Obama, dirigindo-se directamente a McCain , disse que se este fosse “como eu, que tenho uma casa", ou como "milhões de pessoas em dificuldades para manter as hipotecas” poderia “ter uma perspectiva diferente” sobre a economia do país. Em resposta à referência às casas do casal McCain, que se especula serem “pelo menos sete”, a candidatura republicana já reagiu. Brian Rogers, porta-voz do candidato republicano, perguntou se Obama, que “comprou uma mansão milionária com a ajuda de um condenado”, estava, com estas afirmações, a tentar iniciar um “debate sobre casas”.

20 agosto 2008

Rússia pode agir "para lá da diplomacia"

Um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia advertiu, esta quarta-feira, que a instalação em países europeus do sistema anti-mísseis americano, levará a “uma corrida armamentista”. Segundo a AFP, os russos prevêem reagir “para lá da diplomacia”, caso se concretizem as pretensões dos Estados Unidos da América.

O anúncio foi feito depois da assinatura do acordo, entre a Polónia e o Governo americano, que permite a instalação, em território polaco, de dez sistemas de intercepção de mísseis balísticos de longo alcance, até 2012. O escudo antimísseis será completado com um radar de grande potência e precisão, cuja construção está prevista na República Checa.

18 agosto 2008

Musharraf demite-se da presidência do Paquistão

Pervez Musharraf demitiu-se da Presidência do Paquistão. O anúncio foi feito esta segunda-feira, em directo na televisão nacional. O Presidente demissionário foi persuadido a abandonar o cargo antes da Assembleia Nacional iniciar o processo de destituição.

O Parlamento paquistanês aceitou a demissão e o Presidente do Senado, Mohammedmian Soomro, assumirá o cargo de Presidente interino, até à nomeação do sucessor. As negociações incluíram, segundo a imprensa local, citada pela Reuters, a garantia de “uma passagem segura” para Musharraf abandonar o país, rumo ao exílio.

15 agosto 2008

Paz quente na Geórgia

O Presidente da Geórgia assinou, esta sexta-feira, o acordo de cessar-fogo negociado pelo Presidente francês, Nicolas Sarkozy. O seu homólogo russo ainda não o fez. Dmitri Medvedev esteve reunido com Angela Merkel em Sotchi, uma cidade russa no Mar Negro perto da zona de conflito. Mikhail Saakashvili recebeu a Secretária de Estado norte-americana, Condoleeza Rice, no palácio presidencial de Tbilissi.


A Chefe de Estado alemã reafirmou a necessidade da Rússia retirar as suas tropas do território georgiano. Merkel considerou a intervenção militar “desproporcionada”, relativamente à força utilizada, “mesmo tendo em conta a descrição russa da situação”. A chanceler disse também que “a integridade territorial da Geórgia deve ser a base da solução do problema da Ossétia do Sul” e reiterou que espera uma “rápida retirada das tropas russas” do território georgiano.


O Presidente russo, por seu turno, afirmou que “depois do que aconteceu, é improvável que os ossetas e abecazes consigam viver dentro do mesmo Estado que os georgianos”. Medvedev disse também que o seu país poderá voltar a usar a força contra a Geórgia, se o país voltar a atacar as suas tropas ou cidadãos e que “a vontade do povo”, nas duas regiões, continuará a ser garantida por Moscovo e os seus militares.

Rice, na sua declaração, sublinhou que “o objectivo mais urgente é a retirada imediata e ordenada das forças armadas da Rússia e o regresso dessas forças à Rússia”. Numa alusão à invasão soviética da Checoslováquia, a secretária de Estado americana lembrou que “não estamos em 1968”, razão pela qual “a Rússia tem de sair da Geórgia” e dar lugar a “uma força internacional de manutenção de paz imparcial”.

Mikhail Saakachvili, por sua vez, salientou que o documento que assinou “é um cessar-fogo e não uma cedência de territórios”. Lembrando que a Geórgia é, neste momento, “um país ocupado”, o Presidente georgiano garantiu que pretende manter a integridade territorial. Criticou ainda a passividade “da maioria dos países europeus” perante a Rússia, realçando que esta é “uma ameaça para todo o mundo”, que não pode continuar a ser ignorada.

Também o Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, se pronunciou contra a Rússia, esta sexta-feira. Bush disse que “a Guerra-fria acabou” e, como tal, “a ameaça e a intimidação não são métodos aceitáveis para conduzir a política internacional no século XXI”. Bush afirmou a necessidade da Rússia “respeitar a liberdade dos países vizinhos”, pois só assim poderá “começar a recuperar o seu lugar no mundo”.

“Os dias de Estados-satélite e de esferas de influência pertencem ao passado”, declarou Bush. A afirmação reveste-se de um significado especial, já que esta quinta-feira os EUA e a Polónia concluíram as negociações para a construção do famigerado escudo anti-míssil americano em território polaco. Medvedev já tinha afirmado que o escudo representa uma ameaça directa sobre a Rússia.