30 junho 2008

Mugabe toma posse pela sexta vez

Robert Mugabe tomou posse este domingo, pela sexta vez consecutiva, como Presidente do Zimbabué. As eleições ficam marcadas pela particularidade de Mugabe ter concorrido sozinho. O candidato da oposição, Morgan Tsvangirai, retirou a sua candidatura cinco dias antes do escrutínio e refugiou-se na embaixada da Holanda.

O candidato considerou que o clima de violência e intimidação, levado a cabo pelos apoiantes do Governo, podia pôr em risco os seus eleitores durante o acto. Apesar da desistência, o nome do líder oposicionista não foi retirado dos boletins de voto.

A missão de observadores da Comunidade para o Desenvolvimento do Sul da África, já assumiu em comunicado que a votação “não reflecte a vontade do povo”, devido aos distúrbios e perseguições que “mancharam a credibilidade do processo eleitoral”.

Também os observadores do Parlamento Pan-Africano levantaram sérias dúvidas em relação à validade da tomada de posse. De acordo com os resultados oficiais, Mugabe obteve 2 milhões de votos e Tsvangirai 230 mil, tendo sido anunciada uma participação de 42% dos eleitores.

No discurso de tomada de posse, Mugabe mostrou-se conciliador. “Tenho a esperança de que realizaremos consultas entre os partidos políticos”, de modo a conseguir “instaurar um diálogo sério que supere as nossas diferenças”, afirmou.

Tsvangirai respondeu pouco depois, dizendo que Mugabe “não tem opção a não ser negociar”, porque se encontra “em má situação”. Os Estados Unidos e alguns aliados já ameaçaram com a imposição de novas sanções ao regime do Zimbabué.

27 junho 2008

Ramos Horta recusa Alto Comissariado


José Ramos Horta, Presidente da República de Timor-Leste, anunciou esta sexta-feira que não se pretende candidatar ao cargo de Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Os Governos de Portugal, do Brasil e da Austrália já tinham manifestado o apoio à nomeação do Nobel da Paz timorense para o cargo.

“Deixar o Governo agora provocaria eleições antecipadas e isso seria injusto para com o povo, que foi às urnas três vezes em 2007”. O Presidente da jovem república admite que tal nomeação provocaria “novas tensões, com consequências previsíveis para o país”. Ramos Horta garantiu aos jornalistas que não abandonará Timor no “futuro próximo”.


Para os leitores que me têm dito que gostariam de ver um pouco mais de opinião nas peças, aqui vai um pequeno comentário: que falta nos fazia ter políticos destes…

25 junho 2008

23 junho 2008

Sarkozy no Knesset apela ao fim da colonização

O Presidente da República Francesa, Nicolas Sarkozy, afirmou esta segunda-feira no Parlamento israelita que reconhece a necessidade da criação de um Estado palestiniano. O Chefe de Estado declarou que “como todos os povos, o povo palestiniano tem o direito de viver em segurança, em fronteiras reconhecidas e garantidas” e que “a segurança de Israel não será assegurada enquanto ao seu lado não existir um Estado palestiniano independente, moderno, democrático e viável”.

Sarkozy apelou também, no Knesset, ao fim das políticas de colonização e ao reconhecimento de Jerusalém Oriental como Capital do futuro Estado. “Não pode existir paz sem paragem da colonização”, salientou. Este é um ponto sensível para os partidos ultra-ortodoxos, que rejeitam qualquer concessão aos palestinianos. O problema dos colonatos representa um dos maiores entraves ao progresso das negociações de paz, a par da questão do regresso dos refugiados.

Garantindo que “a paz é possível”, Sarkozy disse aos deputados israelitas que as duas partes podem “contar com a Europa para vos ajudar a chegar a um acordo final”. Salientou também que considera “inaceitável” que o Irão tenha armas nucleares e garantiu que a França fará o que estiver ao seu alcance para apoiar Israel contra os que apelam à destruição do seu Estado.

O Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, já se congratulou com o discurso. “O Presidente Sarkozy reafirmou a posição da França apelando à paragem da colonização”, disse Nabil Abu Rudeina, porta-voz de Abbas, à AFP. “As posições expressas pelo Presidente Sarkozy traduzem o apoio francês à causa palestiniana”, garantiu Rudeina aos jornalistas.

22 junho 2008

Tsvangirai abandona corrida presidencial no Zimbabué

Em Harare, centenas de apoiantes do Presidente Robert Mugabe invadiram, este Domingo, o estádio onde se preparava a realização de um comício do Movimento para a Mudança Democrática (MDC), partido do candidato oposicionista Morgan Tsvangirai. À pedrada e à paulada, os partidários de Mugabe obrigaram os militantes da oposição, jornalistas e observadores eleitorais, a abandonar o recinto.

Segundo uma fonte do MDC, citada pela Reuters, Morgan Tsvangirai, que ganhou a primeira volta das eleições, prepara-se para retirar a sua candidatura à presidência do Zimbabué. “Não se justifica a nossa vontade de ir a eleições por causa da violência e porque o ZANU-PF já decidiu o resultado final”, declarou o porta-voz da oposição. As declarações surgiram pouco tempo depois do incidente no estádio.

O porta-voz do MDC acusou ainda o regime de “provocar a oposição para que responda de forma violenta”. Mugabe já tinha declarado que, independentemente do resultado das eleições, “só Deus” o poderia retirar do poder. Desde a realização da primeira volta, a 29 de Março, o candidato da oposição já foi detido cinco vezes, enquanto realizava acções de campanha e mais de 70 membros do MDC foram assassinados.

20 junho 2008

Alterações climáticas já afectam economia russa

Ruslan Tzalikov, Vice-ministro russo para as Situações de Emergência, afirmou esta quinta-feira que o norte do seu país “poderá ser atingido por calamidades catastróficas em 2030, provocadas pelo aquecimento global”. O governante afirma que, ao actual ritmo de subida de temperatura global, “até 2015, a água nos rios aumentará 90%”.

Citado pelo Jornalista José Milhazes, o governante refere a existência de “milhares de lugares potencialmente perigosos” nas regiões polares russas. Segundo refere, a existência de depósitos de químicos e explosivos, além de cemitérios de resíduos nucleares, nestas áreas ambientalmente sensíveis, representa uma ameaça incontornável.

O descongelamento põe em risco a estabilidade de milhões de quilómetros quadrados de território. Isto pode comprometer as instalações onde estão armazenados estes produtos sensíveis, ou mesmo originar libertações, em larga escala, de gás natural para a atmosfera, contribuindo para um aquecimento global ainda mais acelerado.

O Vice-ministro preconiza que, nos próximos vinte anos, a fronteira com as terras geladas se deslocará cerca de oitenta quilómetros para norte. Mas os efeitos já se fazem sentir: Tzalikov afirmou que “anualmente, o prejuízo económico provocado pelas catástrofes constitui 3,5% do Produto Interno Bruto da Rússia”.

19 junho 2008

Romafest

A civilizacionice de hoje é musical. Os concursos “Romafest”são comuns na Hungria e na Transilvânia romena. Vale a pena perder uns minutos para ver este espectáculo...

15 junho 2008

Presidente do Kosovo valida Constituição

Entrou hoje em vigor a nova Constituição de Kosovo. O Presidente da auto-proclamada República, Fatmir Sejdiu, assinou hoje os 41 Diplomas, que tinham sido aprovados por unanimidade no Parlamento. Esta foi a primeira vez que um kosovar promulgou Leis, tendo esta função sido assumida, até agora, pelos responsáveis das Nações Unidas, que têm assegurado a administração do território.

O Presidente da Sérvia, Boris Tadic, declarou esta tarde que a nova constituição “é ilegal”, reiterando, uma vez mais, que “o Kosovo é uma província da Sérvia”, classificando o documento como “um acontecimento político com consequências nocivas e privado de qualquer valor legal”. Até agora, 43 países já reconheceram a independência. A Rússia mantém-se firme no apoio da posição sérvia.

Sobre o tema:

Algumas ideias-chave sobre a Jugoslávia

Uma perspectiva sobre a independência do Kosovo

Irlanda “encrava” Tratado de Lisboa

Muitos Governos da União Europeia apelaram, entre ontem e hoje, à continuidade do processo de ratificações, nos oito países que ainda não aprovaram o Tratado de Lisboa. A Irlanda é o único Estado-membro que tem a obrigação constitucional de referendar Tratados internacionais. A vitória do “Não”, com 53,4% dos votos, coloca o Governo irlandês numa posição difícil perante os seus parceiros.

“Quero que a Europa contribua com algumas soluções em vez de sugerir que isto é apenas um problema da Irlanda”, declarou o Primeiro-ministro irlandês, Brian Cowen, após a divulgação dos resultados. Apesar de ser claro que a entrada em vigor de novos Tratados só é válida com a ratificação de todos os membros, Cowen lembrou que, até haver “novos desenvolvimentos políticos, o Tratado não pode, evidentemente, entrar em vigor”.

Segundo o jornal Público, o Chefe de Governo irlandês terá confirmado que os seus parceiros propuseram concessões “sobre várias matérias”, mas destacou a inevitabilidade da aceitação do resultado e a necessidade de procurar outra forma de resolver o impasse. “Trata-se de encontrar soluções que neste momento não me parecem evidentes”, declarou.

13 junho 2008

Supremo Tribunal reconhece direitos aos detidos em Guantánamo

O Supremo Tribunal dos Estados Unidos decidiu, esta quinta-feira, conceder aos detidos em Guantánamo o direito ao recurso nos tribunais nacionais. Esta deliberação representa uma das maiores derrotas jurídicas da Administração Bush, na “guerra contra o terrorismo” lançada após os ataques de 11 de Setembro de 2001. Os actuais candidatos à Presidência já assumiram publicamente que defendem o encerramento da prisão na base militar.

O Tribunal Militar de Excepção de Guantánamo foi constituído em 2006, através da promulgação da Lei das Comissões Militares, na qual os detidos são considerados “combatentes ilegais, não abrangidos pelas convenções internacionais”. O Diploma suscitou, na altura, questões de constitucionalidade. A decisão desta quinta-feira também esteve longe de ser consensual, tendo os Juízes decidido por uma maioria de cinco votos a favor e quatro contra.

10 junho 2008

O novo mapa-mundo do pós-guerra


Uma interessante projecção americana de 1942: a configuração política do mundo depois da Segunda Guerra Mundial. Eu perdi um bom bocado a ver os pormenores. Basta clicar no link ou no mapa para ver a imagem em tamanho grande, mas é preferível guardar no disco para ver com mais zoom… O site tem mapas muito curiosos, vale a pena dar uma vista de olhos.

http://strangemaps.files.wordpress.com/2008/06/1942world1600.jpg

08 junho 2008

Tiroteio na residência oficial do Primeiro-ministro kosovar

Um grupo de homens armados tentou, ontem à noite, entrar furtivamente na residência oficial do Primeiro-ministro kosovar. Os elementos de protecção pessoal de Hashim Thaçi interceptaram os assaltantes na varanda do segundo andar, no momento em que se preparavam para entrar no edifício. “Após soar o alarme, ocorreu um tiroteio em que os indivíduos fugiram”, declarou o porta-voz da polícia de Pristina, citado pela AFP.

O Kosovo proclamou a sua independência da Sérvia a 17 de Fevereiro de 2008. Até ao presente, mais de 40 países já reconheceram a secessão, apesar da oposição da Sérvia e a Rússia. A província sérvia estava sob a administração da ONU desde 1999, ano em que a NATO atacou a Jugoslávia de Milosevic e obrigou o Exército Federal a retirar-se do território.

Os sinais de instabilidade interna vêm fortalecer as opiniões de quem afirma que o Kosovo, com a actual estrutura social, não tem condições para assumir uma verdadeira independência. As razões mais apontadas pelos críticos, para sustentar a tese de inviabilidade da província enquanto país, são a proliferação da corrupção e o crescente controlo da sociedade por parte das máfias locais.

06 junho 2008

Obama pisca o olho à direita

Barack Obama, após ver confirmada, esta semana, a sua presença na corrida presidencial americana, introduziu alterações no seu discurso, numa atitude que parece evidenciar uma tentativa de aproximação ao eleitorado republicano. Depois de ter proferido um discurso em que garantiu estar disposto a “recorrer a todos os meios para impedir o Irão de ter uma arma nuclear”, o candidato democrata exaltou os ânimos dos palestinianos com as suas posições sobre o estatuto da cidade de Jerusalém.

Na quarta-feira, o Senador do Ilinois tinha dito que Jerusalém deveria ser a capital indivisível de Israel. As declarações suscitaram fortes críticas por parte dos líderes palestinianos, pelo que, na quinta-feira, o candidato introduziu algumas correcções no seu discurso. Numa atitude de apaziguamento, Obama declarou à CNN: “obviamente, ficará a cargo das partes negociar essas questões. E Jerusalém será parte das negociações”. O candidato considera, no entanto, que Israel tem legitimidade para reivindicar o estatuto de capital para a cidade.

A contradição das declarações do candidato democrata reside no não reconhecimento, pelos Estados Unidos da anexação de Jerusalém Oriental, após a guerra de 1967. A capital israelita, reconhecida internacionalmente, é Tel Aviv, onde se localizam as representações diplomáticas dos países estrangeiros. Os palestinianos, por seu turno, pretendem estabelecer a capital do seu futuro Estado em Jerusalém Oriental.

04 junho 2008

Duas Chinas

Ma Ying-jeou, presidente de Taiwan, elogiou esta quarta-feira o Governo da China continental, em relação à forma como lidou com os efeitos do terramoto na região de Sichuan. O líder taiwanês salientou que, contrariamente ao que aconteceu em 1976, quando uma catástrofe idêntica se abateu sobre o país, as autoridades chinesas não optaram, desta vez, pelo blackout informativo, tendo divulgado significativas informações sobre o sucedido nos media nacionais e internacionais.

A atitude do Presidente da República da China (Taiwan) marca a diferença, em relação às posições dos seus antecessores. Os líderes políticos da ilha raramente teceram elogios à política da República Popular da China (continental), que sempre acusaram de desrespeito pelos direitos humanos e minorias étnicas e restrição da liberdade de expressão. As declarações de Ma Ying-jeou surgem no dia em que se completam 19 anos sobre o massacre da Praça Tiananmen e dias depois de ter sido assumido um compromisso de aproximação entre as duas partes.

A ilha de Taiwan foi anexada pelo Império japonês em 1895, depois da derrota do Império Chinês na guerra sino-japonesa. A segunda guerra mundial interrompeu uma guerra civil chinesa, na qual nacionalistas e comunistas se digladiavam pelo poder. Os inimigos uniram esforços para combater o invasor nipónico, tendo cessado as hostilidades entre si e colaborado com os aliados ocidentais. Com o fim da guerra e a rendição incondicional do Japão, estava aberto o caminho ao ressurgimento do conflito interno.

Os nacionalistas, liderados pelo General Chiang Kai-shek, foram derrotados em 1949 pelos comunistas de Mao Tsé-Tung, tendo procurado refúgio na ilha de Taiwan, sob protecção dos Estados Unidos. Desde essa época que a questão de Taiwan é uma “pedra no sapato” das relações sino-americanas. Em 1971, os EUA reconheceram o Governo da República Popular da China como legítimo ocupante do lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU, tendo o Governo americano assumido, no entanto, o compromisso de proteger futuramente Taiwan de uma possível invasão, visto que a República Popular continua a defender a doutrina de uma só China.

01 junho 2008

Só no Afeganistão...

Eis o verdadeiro descapotável afegão:

Tambem são civilizacionices...

Porque não pode ser sempre guerra, aqui ficam umas fotos interessantes de situações que também são civilizacionices…

Só na China…


Só no Havai…

Só na Índia…


Só na Tailândia…


Só mesmo na América…