22 julho 2010

Decisão do TIJ não considera ilegal independência do Kosovo

Fonte: The Sofia Echo

A declaração unilateral de independência do Kosovo, em Fevereiro de 2008, não terá violado o direito internacional. A afirmação é da decisão não-vinculativa do Tribunal Internacional de Justiça, tornada pública esta quinta-feira. Em Pristina houve celebrações e em Mitrovica protestos. A decisão não vai alterar, contudo, as “linhas da batalha diplomática”.

TIJ decide sobre independência do Kosovo

Fonte: Euronews.net


O Tribunal Internacional de Justiça pronuncia-se esta quinta-feira sobre a legalidade da autoproclamação da independência do Kosovo, a 17 de Fevereiro de 2008.

O parecer, não vinculativo, é aguardado com expectativa pelas autoridades kosovares albanesas de Pristina, porque pode significar o início de uma nova era numa região onde as tensões ainda continuam altas.

“Queremos que a Sérvia admita os factos, ou seja, que o Kosovo é um país formalmente reconhecido como tal por várias nações em todo o mundo, e que vai tornar-se um membro da comunidade internacional a todos os níveis”, diz o ministro kosovar dos Negócios Estrangeiros, Skender Hyseni.

Belgrado continua a considerar o Kosovo uma província, mas o estado independente já foi reconhecido por 69 países, incluindo os Estados Unidos e a maioria das nações da União Europeia.

Para a Sérvia, o parecer do Tribunal significa o prelúdio de novas “conversações” sobre o território.

“No futuro, vamos ver se as fronteiras dos Estados-membros da União Europeia estarão a salvo de ambições separatistas. Por outras palavras, vamos saber se a declaração unilateral de independência é legal”, afirma Vuk Jeremic, o chefe da diplomacia sérvia.

Outros países com grupos separatistas, como Espanha e a China, deverão acompanhar bem de perto a audiência desta quinta-feira, para perceber até que ponto poderão enfrentar um cenário próximo aos conflitos nos Balcãs.

11 julho 2010

Bósnios assinalam 15 anos do massacre de Srebrenica

A Bósnia-Herzegovina assinalou este Domingo o décimo quinto aniversário do massacre de Srebrenica. A cerimónia ficou marcada pelo funeral colectivo de 775 das vítimas, ao qual assistiram milhares de pessoas. Entre as personalidades presentes, destacou-se o presidente da Sérvia, Boris Tadic, que na véspera tinha já feito um apelo à reconciliação, ao pedir “a construção de pontes entre as nações do antigo Estado comum”, de acordo com o DN. Segundo a Euronews. Tadic terá sido alvo de vaias e insultos, mas não perdeu o tom conciliador: “Com a prisão do general Mladic”, disse, “saberei que o meu trabalho acabou. Precisamos disso para o futuro, para construir a confiança, para as próximas gerações”.

O sentimento de aproximação demonstrado por Boris Tadic, porém, não encontra correspondência entre os sérvios da Bósnia, que ainda na quinta-feira homenagearam o general Ratko Mladic e o aplaudiram como herói nacional. Mladic é procurado por crimes de guerra, para ser julgado em Haia, onde já se encontra detido Radovan Karadzic, o líder político servo-bósnio durante o período do conflito. Segundo a acusação do Tribunal Penal Internacional para a Ex-Jugoslávia, os dois homens terão planeado e executado o massacre de oito mil homens muçulmanos em Srebrenica, em Julho de 1995.


Veja aqui uma interessante entrevista a Svetlana Broz, neta do Marechal Tito, sobre a situação actual na Bósnia Herzegovina