23 janeiro 2008

Alguns apontamentos sobre o Paquistão

O presidente paquistanês prometeu, perante os líderes da União Europeia, que as eleições de Fevereiro serão "livres, transparentes e pacíficas" e apelou aos europeus para "ajudarem em vez de criticarem" o seu regime, na sua luta contra o terrorismo.

Nesta sua primeira saída ao estrangeiro, desde o assassínio da antiga primeira-ministra Benazir Bhutto, Musharraf procura tranquilizar os líderes europeus, inquietos com a instabilidade naquele país, única potência nuclear declarada no mundo muçulmano. O presidente, confrontado com uma ampla crise política, enquadrada numa onda de atentados terroristas, afirmou que o poder irá "para o vencedor, qualquer que ele seja", mesmo que o vencedor seja um partido islamita.

O Paquistão nasceu da inconciliável relação de muçulmanos e hindus, no fim da Índia Britânica, em 1947. As sempre tensas relações com o seu vizinho e estado-irmão, a Índia, estariam na origem de meio século de uma “mini guerra-fria”, com as duas potências a desenvolver programas nucleares militares, uns apoiados pelos EUA (Paquistão)e outros pela URSS (União Indiana).

Hoje em dia, mantém-se um clima de certa tensão entre os dois estados, sobretudo devido à situação de Caxemira, cuja soberania é reivindicada por ambos, à revelia das populações locais, que na sua maioria advogam a independência em relação às duas potências.

Será importante lembrar que Musharraf tornar-se-ia um dos principais aliados do presidente George W. Bush após os ataques de 11 de Setembro de 2001. Em troca, a Casa Branca ofereceria ajuda financeira ao país e suspenderia as sanções impostas em 1998. Numa entrevista ao programa "60 Minutes", Musharraf afirmou que esse apoio ocorreu porque os Estados Unidos ameaçaram que fariam o seu país “voltar à idade da pedra" caso não colaborasse com os EUA na sua guerra contra o terrorismo, que teria o seu inicio no ataque ao vizinho Afeganistão.

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