Ma Ying-jeou, presidente de Taiwan, elogiou esta quarta-feira o Governo da China continental, em relação à forma como lidou com os efeitos do terramoto na região de Sichuan. O líder taiwanês salientou que, contrariamente ao que aconteceu em 1976, quando uma catástrofe idêntica se abateu sobre o país, as autoridades chinesas não optaram, desta vez, pelo blackout informativo, tendo divulgado significativas informações sobre o sucedido nos media nacionais e internacionais.
A atitude do Presidente da República da China (Taiwan) marca a diferença, em relação às posições dos seus antecessores. Os líderes políticos da ilha raramente teceram elogios à política da República Popular da China (continental), que sempre acusaram de desrespeito pelos direitos humanos e minorias étnicas e restrição da liberdade de expressão. As declarações de Ma Ying-jeou surgem no dia em que se completam 19 anos sobre o massacre da Praça Tiananmen e dias depois de ter sido assumido um compromisso de aproximação entre as duas partes.
A ilha de Taiwan foi anexada pelo Império japonês em 1895, depois da derrota do Império Chinês na guerra sino-japonesa. A segunda guerra mundial interrompeu uma guerra civil chinesa, na qual nacionalistas e comunistas se digladiavam pelo poder. Os inimigos uniram esforços para combater o invasor nipónico, tendo cessado as hostilidades entre si e colaborado com os aliados ocidentais. Com o fim da guerra e a rendição incondicional do Japão, estava aberto o caminho ao ressurgimento do conflito interno.
Os nacionalistas, liderados pelo General Chiang Kai-shek, foram derrotados em 1949 pelos comunistas de Mao Tsé-Tung, tendo procurado refúgio na ilha de Taiwan, sob protecção dos Estados Unidos. Desde essa época que a questão de Taiwan é uma “pedra no sapato” das relações sino-americanas. Em 1971, os EUA reconheceram o Governo da República Popular da China como legítimo ocupante do lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU, tendo o Governo americano assumido, no entanto, o compromisso de proteger futuramente Taiwan de uma possível invasão, visto que a República Popular continua a defender a doutrina de uma só China.
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