30 junho 2008

Mugabe toma posse pela sexta vez

Robert Mugabe tomou posse este domingo, pela sexta vez consecutiva, como Presidente do Zimbabué. As eleições ficam marcadas pela particularidade de Mugabe ter concorrido sozinho. O candidato da oposição, Morgan Tsvangirai, retirou a sua candidatura cinco dias antes do escrutínio e refugiou-se na embaixada da Holanda.

O candidato considerou que o clima de violência e intimidação, levado a cabo pelos apoiantes do Governo, podia pôr em risco os seus eleitores durante o acto. Apesar da desistência, o nome do líder oposicionista não foi retirado dos boletins de voto.

A missão de observadores da Comunidade para o Desenvolvimento do Sul da África, já assumiu em comunicado que a votação “não reflecte a vontade do povo”, devido aos distúrbios e perseguições que “mancharam a credibilidade do processo eleitoral”.

Também os observadores do Parlamento Pan-Africano levantaram sérias dúvidas em relação à validade da tomada de posse. De acordo com os resultados oficiais, Mugabe obteve 2 milhões de votos e Tsvangirai 230 mil, tendo sido anunciada uma participação de 42% dos eleitores.

No discurso de tomada de posse, Mugabe mostrou-se conciliador. “Tenho a esperança de que realizaremos consultas entre os partidos políticos”, de modo a conseguir “instaurar um diálogo sério que supere as nossas diferenças”, afirmou.

Tsvangirai respondeu pouco depois, dizendo que Mugabe “não tem opção a não ser negociar”, porque se encontra “em má situação”. Os Estados Unidos e alguns aliados já ameaçaram com a imposição de novas sanções ao regime do Zimbabué.

3 comentários:

Nelson Santos disse...

esse sim é uma caricatura autêntica!

zasilva disse...

podes crer! nem é preciso alterar nada...

Antonovsky disse...

"instaurar um diálogo sério que supere as nossas diferenças".
Será que é neste novo mandato que Robert Mugabe descobriu a palavra "diálogo" ou será que para ele esta palavra significa "perseguição, violência, execução"???
É preciso ter muita lata Sr. Mugabe.
O problema é que há muitos casos deste tipo de "democracias" e "diálogos" no continente africano.
Um abraço