A menos de cinco meses do início dos Jogos Olímpicos, a China reprime violentamente manifestações contra o domínio chinês do Tibete. Os confrontos com a polícia fizeram mais de 100 mortos entre os manifestantes.
A administração chinesa do Tibete atribuiu a organização dos protestos a grupos próximos do Dalai Lama. Depois de vários dias de conflitos, os mais violentos das últimas duas décadas, as ruas de Lhasa estão agora sob a repressão de cerca de 10 mil militares chineses, que fazem buscas casa a casa.
A União Europeia já fez um apelo formal à contenção das forças chinesas, na gestão da crise. Nesse documento é pedida também “a libertação de todas as pessoas detidas durante as manifestações”, tendo este anúncio sido feito por Bernard Kouchner, chefe da diplomacia francesa. Também o embaixador dos EUA em Pequim, Clark Randt, apelou às autoridades chinesas para que actuem com moderação, segundo uma declaração do porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack.
O líder espiritual dos tibetanos afirmou que “está a decorrer um genocídio cultural” e pede à comunidade internacional para fazer uma investigação à actuação chinesa no território. O Dalai Lama denunciou também “uma espécie de discriminação” a que os tibetanos são sujeitos, tratados pelas autoridades centrais “como se fossem cidadãos de segunda classe” no seu próprio país. Situação que tem “alimentado um profundo ressentimento do povo tibetano em relação ao governo chinês”.
A China encontra-se agora na situação que tanto queria evitar. Com os Jogos Olímpicos à porta, Pequim vê-se perante uma crescente onda de condenação internacional. Um pouco por todo o mundo, a bandeira do Tibete ilustrou os protestos. Numa manifestação em Paris, manifestantes chegaram a tentar trocar a bandeira vermelha, hasteada na embaixada chinesa, pela bandeira nacional tibetana.
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