Em Harare, o Presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, conseguiu sentar à mesma mesa Robert Mugabe e Morgan Tsvangirai. Os dois antagonistas zimbabueanos assinaram um documento que oficializa o início das negociações. Mugabe impôs, como condição prévia para o diálogo, a ausência de mediadores europeus ou norte-americanos no processo de conversações.
O encontro proporcionado por Mbeki permitiu, segundo Mugabe, “abrir um novo caminho de interacção política”. Tsvangirai, mais efusivo, classificou o encontro como “histórico”, garantindo: “se colocarmos as nossas cabeças a trabalhar juntas, tenho a certeza de que encontraremos uma solução”.
O acordo prevê que, nas próximas duas semanas, o Governo discuta, com os dirigentes do Movimento para a Mudança Democrática (MDC), os moldes do processo de conversações, com vista à formação de um governo de unidade nacional e, em última análise, criar condições para a realização de novas eleições.
O Governo unitário tem sido apontado, pela União Africana (UA) e pela Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), como a única solução viável para lidar com os graves problemas no Zimbabué, da difícil situação económica à questão dos refugiados, que fugiram da violência para os países vizinhos.
No dia 27 de Junho, Mugabe venceu as eleições presidenciais, como candidato único, tendo Tsvangirai abandonado a corrida eleitoral, duas semanas antes da data marcada, devido às perseguições do regime sobre os seus apoiantes. De acordo com as agências internacionais, pelo menos 120 membros do principal partido da oposição morreram nos ataques.
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