30 março 2008

Será que vai dedicar uma canção à Palestina?

A cantora Björk actuará em Tel Aviv no próximo dia 31 de Julho. A islandesa, que está a fazer a tournée de apresentação do seu último álbum, “Volta”, declarou que vai dar à Unicef um euro por cada bilhete vendido para o seu espectáculo.

A última vez que a artista actuou em Israel foi em 1996, tendo actuado em Tel Aviv e cancelado o concerto que estava previsto para o dia seguinte em Jerusalém. As divergências com as autoridades mantiveram Björk afastada dos palcos israelitas durante 12 anos. Será que desta vez vai dedicar a canção “Declare independence”à Palestina?

Ver também:

Um sérvio em Tóquio, diz ela...

E no Domingo ainda fez pior…

Björk incomoda Governo chinês

29 março 2008

Nome pode atrasar adesão da Macedónia à UE

Os Ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) estão desde sexta-feira reunidos em Brdo, na Eslovénia, país que detém a Presidência rotativa da União. Na primeira reunião deste encontro, o comissário para o Alargamento, Olli Rehn, disse esperar que se iniciasse o processo de negociações, com vista à adesão da Macedónia, antes do final do ano.

O comissário finlandês, na sua declaração, declarou que a Macedónia “está numa posição de mostrar que está preparada para iniciar as negociações de adesão à UE”, acrescentando que espera “estar em condições, em Novembro, de propor isso mesmo no relatório anual”. Para tal, a Macedónia, que tem o estatuto de país candidato desde 2005, deve continuar as reformas prioritárias” requeridas pelo acordo de negociações estabelecido.

A Macedónia tem desenvolvido, em parceria com os organismos comunitários, significativas reformas nas suas instituições. Há porém, um problema recorrente, que tem também ensombrado as negociações de adesão deste país à NATO. Desde que a Macedónia declarou a independência da Jugoslávia, em 1991, que a Grécia bloqueia o reconhecimento internacional do nome do país.

Os gregos são irredutíveis da ideia de que “Macedónia” é uma região da Grécia e recusam a existência de um país com o mesmo nome da sua região, que classificam de “património histórico nacional”. O nome provisório que a Grécia aceitou, para permitir a adesão do seu vizinho do norte à ONU, em 1993, foi “Antiga República Jugoslava da Macedónia”. Constitucionalmente, no entanto, o nome do país é simplesmente “República da Macedónia”, situação que os gregos querem ver alterada.

28 março 2008

Mais uma acha na fogueira...

As autoridades holandesas decidiram não aumentar o alerta anti-terrorista para o nível máximo. A medida tinha sido ponderada, no seguimento da divulgação, na Internet, de uma curta-metragem com um conteúdo acentuadamente anti-islâmico. O filme é da autoria do Geert Wilders, um deputado da extrema-direita que classifica o Al Corão como um livro “fascista”, equivalente ao “Mein Kampf” de Adolf Hitler.


Nos 15 minutos de “Fitna”, Wilders procura demonstrar que o Livro Sagrado dos muçulmanos incita à violência e promove o ódio contra as outras religiões. O seu conteúdo baseia-se em imagens de atentados recentes, intercaladas com depoimentos de radicais islâmicos que defendem a Jihad com recurso a versículos do Al Corão. Alguns países muçulmanos já fizeram declarações de indignação, tendo o Egipto e o Irão ameaçado boicotar economicamente a Holanda. Apesar do apelo à calma, lançado pelas organizações islâmicas holandesas, receia-se uma onda de contestação, por parte de grupos mais radicais.


http://www.themoviefitna.com/

27 março 2008

Os maiores exércitos

O comparador de exércitos. Ranking das 40 potências mais armadas do mundo, em:

http://www.globalfirepower.com/

24 março 2008

Estados falhados

Os Estados mais fracos não são um perigo apenas para os seus próprios cidadãos. Podem ameaçar o progresso e a estabilidade de nações de todo o mundo. A revista FOREIGN POLICY e o Fund For Peace apresentam anualmente o Failed States Index, onde classificam os países num ranking de sucesso e viabilidade. Interessante…

http://www.foreignpolicy.com/story/cms.php?story_id=3865

18 março 2008

Discurso histórico no Knesset: a amizade germano-israelita


Angela Merkel discursou esta tarde no parlamento israelita. Foi a primeira vez que se falou alemão no Knesset. Cinco deputados, judeus ultra-ortodoxos, recusaram-se a permanecer na sala. A Chefe de Estado alemã está, desde Domingo, em visita oficial a Israel, onde participa nas celebrações dos 60 anos da criação do estado hebraico.

No seu discurso, a governante caracterizou “a amizade entre Israel e a Alemanha” como um dos “milagres da história”, salientando que “o Holocausto enche o povo alemão de vergonha”. Politicamente correcta, começou o seu discurso com algumas palavras em hebraico, tendo depois falado em alemão. “Agradeço por terem me dado a honra de falar no Knesset. É uma grande honra”, concluiu Merkel. Os deputados, de um modo geral, aplaudiram o discurso.

A Alemanha é o segundo parceiro económico de Israel, logo depois dos EUA. O estabelecimento de relações bilaterais entre os dois países remonta a 1965. Nos últimos anos, o Estado alemão pagou a Israel cerca de 40 mil milhões de dólares em indemnizações, ao próprio Estado judaico, por um lado e a sobreviventes do Holocausto que reclamaram compensações, por outro.

Sobre as indemnizações:

http://www.spiegel.de/international/world/0,1518,515984,00.html

Mitrovica: esperar para ver...

Confrontos na cidade de Mitrovica, no norte do Kosovo, provocaram esta segunda-feira cerca de 140 feridos. As forças internacionais levaram a cabo uma operação para retomar o controlo de dois edifícios judiciais, que estavam ocupados por cidadãos sérvios desde a última sexta-feira. Os ocupantes resistiram e os militares usaram a coacção física.

De acordo com a AFP, entre os feridos estavam 27 polícias polacos da MINUK (Missão da ONU) e 20 soldados franceses da KFOR (NATO). O número elevado de feridos entre as forças de segurança foi causado, sobretudo, por pedras e cocktails molotov, arremessadas pelos sérvios. Há também relatos de disparos com arma de fogo e lançamento de granadas.

Numa imediata reacção aos acontecimentos, o embaixador russo na NATO, Dimitri Rogozin, fez uma declaração, na qual acusou a Aliança de ter usado uma “força desproporcionada” na sua intervenção. O diplomata reafirmou também a tradicional posição russa em relação ao assunto, salientando que a estabilização da região não é possível, sem “uma revisão do caso kosovar, dentro do direito internacional”.

17 março 2008

China envia tropas para o Tibete

A menos de cinco meses do início dos Jogos Olímpicos, a China reprime violentamente manifestações contra o domínio chinês do Tibete. Os confrontos com a polícia fizeram mais de 100 mortos entre os manifestantes.

A administração chinesa do Tibete atribuiu a organização dos protestos a grupos próximos do Dalai Lama. Depois de vários dias de conflitos, os mais violentos das últimas duas décadas, as ruas de Lhasa estão agora sob a repressão de cerca de 10 mil militares chineses, que fazem buscas casa a casa.

A União Europeia já fez um apelo formal à contenção das forças chinesas, na gestão da crise. Nesse documento é pedida também “a libertação de todas as pessoas detidas durante as manifestações”, tendo este anúncio sido feito por Bernard Kouchner, chefe da diplomacia francesa. Também o embaixador dos EUA em Pequim, Clark Randt, apelou às autoridades chinesas para que actuem com moderação, segundo uma declaração do porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack.

O líder espiritual dos tibetanos afirmou que “está a decorrer um genocídio cultural” e pede à comunidade internacional para fazer uma investigação à actuação chinesa no território. O Dalai Lama denunciou também “uma espécie de discriminação” a que os tibetanos são sujeitos, tratados pelas autoridades centrais “como se fossem cidadãos de segunda classe” no seu próprio país. Situação que tem “alimentado um profundo ressentimento do povo tibetano em relação ao governo chinês”.

A China encontra-se agora na situação que tanto queria evitar. Com os Jogos Olímpicos à porta, Pequim vê-se perante uma crescente onda de condenação internacional. Um pouco por todo o mundo, a bandeira do Tibete ilustrou os protestos. Numa manifestação em Paris, manifestantes chegaram a tentar trocar a bandeira vermelha, hasteada na embaixada chinesa, pela bandeira nacional tibetana.

15 março 2008

Sérvios invadem tribunal das Nações Unidas

Em Mitrovica, centenas de manifestantes sérvios invadiram o edifício onde funciona o tribunal das Nações Unidas. O protesto foi liderado por antigos funcionários judiciais da localidade, que trabalhavam no edifício antes da ocupação da NATO, em 1999. Os populares impediram a entrada dos juízes albaneses e trocaram a bandeira das Nações Unidas por uma da Sérvia.

“Voltámos a um edifício que nos pertence e no qual trabalhámos até 1999”, afirmou o procurador público municipal sérvio, Milan Bigovic. Perante a invasão pacífica do edifício, os agentes ucranianos e polacos da polícia especial das Nações Unidas não ofereceram resistência à ocupação. A cidade de Mitrovica tem sido palco de manifestações diárias, desde a proclamação da independência do Kosovo. Estes acontecimentos dão-se um dia depois da dissolução do parlamento pelo Presidente Boris Tadic. As legislativas antecipadas foram marcadas para o dia 11 de Maio.


13 março 2008

Católicos do Kosovo apoiam a independência

D. Frane Kola, vigário-geral da Diocese do Kosovo, não tem dúvidas sobre a independência da região. Em declarações à Rádio Renascença, o clérigo afirmou que os albaneses católicos “estão determinados na defesa da independência do Kosovo” e já o fizeram saber a Washington e a Bruxelas.

“O nosso Bispo defendeu já a independência no Parlamento Europeu, em Estrasburgo”, afirmou o religioso, chamando a atenção para as óptimas relações entre os kosovares católicos e muçulmanos: “nós somos, sobretudo, albaneses, isso é o melhor do comum entre ambas as religiões”. Apesar da iniciativa dos católicos albaneses, o Vaticano continua sem se pronunciar sobre o possível reconhecimento do autoproclamado Estado.

10 março 2008

"Duck and cover"

Encontrei esta "jóia" de 1951 on-line e não resisti a fazer-lhe aqui uma referência. Trata-se do filme infantil "Duck and cover", que ensinava os jovens norte-americanos a reagir a um ataque com bombas atómicas.


http://www.archive.org/details/DuckandC1951

09 março 2008

Kostunica "devolve o mandato ao povo"

Depois de um mês de crise política, o Primeiro-ministro sérvio, Vojislav Kostunica, pediu este sábado a demissão do cargo. As divergências entre os dois principais partidos da coligação, sobre a posição a adoptar nas negociações com a União Europeia, estiveram na origem desta decisão.

O Partido Democrático da Sérvia (DSS), liderado por Kostunica, recusa qualquer compromisso com a UE que não passe pelo reconhecimento da soberania sérvia sobre o Kosovo. O Partido Democrático (DS), de Boris Tadic, numa atitude mais pragmática, argumenta que só através da aproximação a Bruxelas é que será possível à Sérvia reclamar o seu território.

Kostunica afirmou, na sua declaração de renúncia, que se “o Governo da Sérvia já não tem uma política comum para um tema tão importante para o futuro do país, é o final do governo e teremos que devolver o mandato ao povo”. O Primeiro-ministro demissionário convocou as eleições antecipadas para o próximo dia 11 de Maio.

08 março 2008

Björk incomoda Governo chinês

O Ministério da Cultura chinês repudiou, em comunicado publicado no seu site oficial, a atitude de Björk, no final do concerto que deu em Xangai, no último domingo. No comunicado, citado pela Reuters, pode ler-se que a cantora “desrespeitou gravemente as leis do país e feriu os sentimentos dos chineses” e que “nenhum país considera o Tibete um país independente”.

Antes da ocupação, o Tibete era um país independente e completamente isolado do mundo exterior. Durante a década de 1950, as tropas chinesas levaram a cabo uma lenta invasão, acompanhada de uma imediata colonização. Conforme os exércitos foram progredindo, na difícil geografia, deixaram um rasto de colonização. Construíram estradas, caminhos-de-ferro e outras infra-estruturas, para assim garantir a irreversibilidade da ocupação.

O Governo chinês considera, no entanto, que o Tibete é parte integrante da China há mais de 800 anos. No referido comunicado pode ler-se ainda que “qualquer tentativa de separar o Tibete da China enfrentará a oposição resoluta do povo chinês”. O Ministério da Cultura prepara-se agora para aumentar o controlo sobre os artistas estrangeiros que se desloquem ao país, para evitar situações semelhantes.

07 março 2008

Árabes israelitas temem represálias

O Hamas reivindicou esta sexta-feira o atentado que tirou a vida a oito alunos e feriu mais de vinte, numa escola ultra-ortodoxa judaica, em Jerusalém. Há dois anos que um ataque palestiniano não provocava tão elevado número de mortos. Na Faixa de Gaza houve festejos, com homens armados a disparar para o ar, em grande celebração.

O processo de paz encontra-se novamente por um fio. As negociações tinham já sido suspensas pelo Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, na sequência da recente ofensiva israelita na Faixa de Gaza. Um porta-voz do Governo israelita já fez saber que o Estado hebraico está disposto a continuar as conversações.

O facto deste ataque ter sido protagonizado por cidadãos israelitas vem reacender a desconfiança dos israelitas judeus face aos seus compatriotas muçulmanos. Em Israel vivem um milhão e 400 mil árabes com cidadania israelita. Estes cidadãos receiam agora represálias de grupos extremistas judeus.

Apesar de terem representação política e uma situação económica mais confortável que a dos palestinianos de Gaza e da Cisjordânia, os árabes israelitas não são cidadãos de pleno direito, pois é-lhes negado o direito de ingressar no exército.

06 março 2008

Arménia e Azerbaijão “descongelam” conflito

Vários militares azeris e arménios morreram esta quinta-feira, em confrontos próximos do enclave de Nagorno-Karabakh. Estes acontecimentos ocorrem num momento conturbado da política interna da Arménia, em cuja capital vigora o estado de emergência, desde os protestos do último fim-de-semana.

O Nagorno-Karabakh situa-se em território internacionalmente reconhecido como pertencente ao Azerbaijão. Porém, em 1991, reclamou também a sua independência. Como consequência, visto que o território era composto maioritariamente por arménios, desencadeou-se uma série de conflitos que culminaram com a invasão de toda a região pelas tropas arménias.

Em 1994, com mediação da Federação Russa, foi alcançado um cessar-fogo, que manteve a região de Nagorno-Karabakh sob controlo arménio. O conflito causou mais de 20 mil baixas. Tropas arménias e azeris mantêm, desde então, significativos contingentes junto à linha de cessar-fogo. A OSCE classifica a situação como um “conflito congelado”.

A Arménia tem uma situação geopolítica delicada. A ocidente tem a Turquia, inimigo de estimação, país que roubou o seu símbolo nacional, o monte Ararat e insiste em não reconhecer o massacre de dois milhões de arménios no início do século XX. A oriente, o Azerbaijão, povo turcófono que obteve a independência do Império Otomano após a I Guerra Mundial e desde aí mantêm boas relações com a Turquia.


Já que o outro está atrasado...


O presidente dos EUA, George W. Bush, deve andar mesmo farto daqueles fretes da etiqueta… Ontem, enquanto esperava por John McCain, para um almoço na Casa Branca, fez uma performance artística, com uma série de passos de dança para os jornalistas. A coreografia parecia querer imitar uma outra, que ficou famosa, da autoria de Boris Ielsin, nos seus velhos tempos.

05 março 2008

E no Domingo ainda fez pior…

Depois de ver o seu concerto na Sérvia ser cancelado, por ter dedicado a música “Declare independence” ao Kosovo, Björk, numa actuação em Xangai, este Domingo, foi ainda mais longe. No final do concerto, que terminou com a dita canção, surpreendeu os espectadores chineses quando gritou “Tibete! Tibete!”, num final apoteótico.


Segundo a CNN, apesar de não ter sido apupada, gerou-se um sentimento geral de desconforto na plateia e a sala esvaziou-se rapidamente, sem “encores”. A canção “Declare Independence” é um manifesto político no qual a cantora toma partido em relação às Regiões Autónomas da Gronelândia e das Ilhas Faroé. Estes territórios fazem parte do Reino da Dinamarca. Björk, no videoclip desta música, aparece a agitar as suas bandeiras, cantando “declarem a independência”. Se pega a moda…

03 março 2008

Um sérvio em Tóquio, diz ela...

A islandesa Björk, num concerto em Tóquio com mais de 14 mil pessoas, cometeu a ingenuidade de dedicar uma canção ao Kosovo, chamada “Declare independence”.

A artista foi surpreendida na sexta-feira, pela organização do Festival Exit. A sua tour tinha previsto um espectáculo no evento, a realizar de 10 a 13 de Julho em Novi Sad, na Sérvia. Os organizadores cancelaram a actuação com o argumento de que não seriam capazes de “garantir a segurança da cantora caso o público se revelasse hostil”.

Em declarações a um jornal islandês, a cantora lamentou o sucedido da seguinte forma: “Provavelmente estava um sérvio no meu concerto de Tóquio, que telefonou para casa. Consequentemente, resultou daí o cancelamento do concerto em Novi Sad. Lamento. É tudo.”


Hamas “canta vitória”


O Hamas celebrou a retirada dos tanques israelitas como se de uma vitória se tratasse. A incursão do “Tsahal”, que durante seis dias varreu a Faixa de Gaza, provocou 116 mortos e mais de 300 feridos entre os palestinianos.

O Estado hebraico justifica a acção militar com o facto de, alegadamente, centenas de foguetes “Grad” terem entrado em Gaza, através da fronteira com o Egipto. Um oficial não identificado do “Tsahal”, citado pela AFP, afirmou que “mais de 20 foguetes desse tipo foram disparados nos últimos dias”, salientando que se tratam de “unidades fabricadas em série pelo Irão”.

Perante a retirada, o Hamas declarou que não irá deixar de disparar foguetes sobre Israel. De facto, assim que o “Tsahal” abandonou a região, um míssil artesanal foi disparado contra a localidade de Ashkelon, situada a poucos quilómetros da fronteira e uma das mais fustigadas pelos ataques. O primeiro-ministro israelita, Ehud Olmert, advertiu de imediato para a iminência de novas incursões.

Crise diplomática na América do Sul

A incursão do Exército colombiano em território do Equador, no último domingo, da qual resultou a morte de Raúl Reyes, alegado número dois das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), resultou numa grave crise diplomática entre Bogotá e Caracas.

A violação da soberania equatoriana provocou uma reacção imediata do Governo venezuelano, que além de ter retirado o seu embaixador da capital colombiana, fez deslocar um significativo contingente militar para a fronteira entre os dois países. Quito deu também ordem de expulsão ao embaixador colombiano no Equador.

A decisão de Chávez, no entanto, parece não ter intimidado o governo colombiano, que justifica a sua acção alegando que tem provas de que o governo equatoriano tem ligações com as FARC, o que, no entendimento de Álvaro Uribe, Presidente colombiano, justifica a incursão no país vizinho.

Bogotá afirmou ainda estar na posse de “provas contundentes” do envolvimento de Reyes com as FARC, bem como das “distintas dimensões desse relacionamento com outras instituições e governos”, numa clara alusão ao presidente Hugo Chávez e ao seu homólogo da Nicarágua, Daniel Ortega.

O governo colombiano está já a aplicar um plano que visa o reforço das medidas de segurança nas principais cidades do país, sobretudo nas zonas onde as FARC têm mais influência. A estratégia visa prevenir eventuais acções de represália por parte da guerrilha, previsíveis após o assassinato daquele que era o mais visível porta-voz do movimento.

As FARC, em declarações aos meios de comunicação internacionais, afirmaram que “o sangue derramado, o legado e a memória do líder rebelde engrandecem a causa da organização”. Mais acrescentaram que os recentes acontecimentos não deverão afectar as negociações em curso, que visam alcançar um acordo para a libertação de reféns.

02 março 2008

Latino-americanices...

Encontrei hoje, no Globo online, o seguinte inquérito:


Vote

O estado de saúde de Ingrid Betancourt está se deteriorando. Você acha que Chávez conseguirá libertá-la?


Gandas malucos...

Liderança bicéfala ou corta-fitas?

As eleições deste Domingo confirmaram as previsões: Dmitri Medvedev sucede a Vladimir Putin na presidência da Federação Russa. Putin, constitucionalmente impedido de concorrer a um novo mandato, trocará o Kremlin pela Casa Branca, residência oficial do primeiro-ministro.

Mais de 35 mil pessoas comemoraram, na Praça Vermelha, a vitória eleitoral. As autoridades tinham montado um sofisticado espectáculo de vitória. Poucos minutos depois do fecho das urnas, o hino de campanha de Medvedev era entoado na televisão pública, que transmitia em directo do local das celebrações.

Sergei Sobyanin, chefe de campanha de Medvedev, afirmou à AFP que “o resultado não estava pré-determinado” e que as eleições “ofereceram verdadeiras opções aos eleitores”. Os críticos, porém, argumentam que houve casos de patrões que coagiram o sentido de voto dos seus funcionários.

Numas eleições sem monitorização da OSCE, Medvedev obteve 69,6% dos votos, Guennadi Ziuganov, dirigente do Partido Comunista, alcançou os 17,2 %, Vladimir Jirinovski, líder do Partido Liberal Democrático, de extrema-direita, 11,4% e Andrei Bogdanov, candidato do Partido Democrático, europeísta, não foi além de 1,8%.

Outros candidatos tinham, no entanto, sido excluídos pelo Kremlin, ou simplesmente declararam que não participaram nas eleições, por considerarem não haver um ambiente suficientemente democrático. A afluência às urnas foi de 70 %, o que traduziu uma subida de 6 pontos percentuais em relação às anteriores presidenciais.

Os observadores do Partido Comunista da Rússia denunciaram mais de 200 violações da lei eleitoral, em várias regiões do país. A oposição, de um modo geral, acusa o poder de ter controlado a campanha eleitoral de forma tendenciosa, tanto através do suporte governamental como das ameaças à oposição, protagonizadas pela oligarquia dominante.

Analistas afirmam que há duas possibilidades para a evolução dos acontecimentos dentro do regime: ou Putin e Medvedev realmente alcançam a liderança bicéfala, que ferozmente anunciaram durante a campanha ou o segundo será, a médio prazo, transformado em corta-fitas pela estrutura política instalada.

01 março 2008

Erevan declara estado de emergência

O Presidente da Arménia, Robert Kocharyan, declarou este sábado o estado de emergência na capital do país. A medida visa pôr termo uma onda de contestação, que tem reunido dezenas de milhar de manifestantes, em protesto contra alegadas irregularidades eleitorais nas presidenciais de 19 de Fevereiro.

O actual Primeiro-ministro, Serge Sarkisian, foi eleito Presidente com uma maioria de 53%. Ter-Petrossian, que somou 21,5% dos votos, não reconhece os resultados e reivindica a repetição do escrutínio. A polícia de choque obrigou Ter-Petrossian a recolher à sua casa, onde ficou retido, vigiado de perto por um importante cordão policial. O candidato opositor é favorável a uma aproximação à NATO, contrariamente à posição do partido do poder, que defende a continuidade da tradicional aliança com Moscovo.

Ao princípio da tarde, a polícia dispersou uma concentração, de cerca de 5 mil pessoas, com recurso a gás lacrimogéneo e canhões de água. Perante a onda de violência, alguns dirigentes da oposição apelaram à calma, depois de vários manifestantes terem arremessado pedras e cocktails molotov às forças da ordem. Os incidentes já provocaram um morto e mais de trinta feridos.