A antiga procuradora do Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia, Carla del Ponte, publicou um livro com declarações bombásticas, no qual acusa a guerrilha independentista kosovar de ter levado a cabo uma campanha de tráfico de órgãos, retirados a cidadãos sérvios. Os acontecimentos remontam ao Verão de 1999.
O Governo do Kosovo já desmentiu as acusações. A ministra da Justiça do autoproclamado Estado, Nekibe Kelmendi, considerou “imoral escrever um livro sobre suspeitas que não se transformaram em acusações formais”, salientando que “se ela sabia de alguma coisa então deveria ser processada por ocultação de provas”.
De acordo com a ex-procuradora do TPI, agora embaixadora na Argentina, o primeiro-ministro do Kosovo estará implicado no crime. No seu livro “A caça, eu e os criminosos de guerra” a autora lança a polémica sobre o actual Chefe de Governo, Hacim Tahci, que acusa de cumplicidade no alegado esquema de tráfico de órgãos.
Segundo o livro, uma a duas centenas de prisioneiros sérvios terão sido levados do Kosovo para a Albânia, para clínicas da região de Tirana que estavam envolvidas no esquema. A antiga procuradora não revela as suas fontes, dizendo genericamente que têm origem “ na missão da ONU no Kosovo” e “alguns jornalistas fiáveis”.
Carla del Ponte afirmou que “na altura não era claro que estes crimes estivessem sob jurisdição do Tribunal”, destacando que, além disso, “os poucos albaneses do Kosovo dispostos a testemunhar teriam de ser protegidos, o que implicaria transferir famílias inteiras para o estrangeiro”.
2 comentários:
Mais uma situação para juntar ao role de atrocidades cometidas entre irmãos. E para quê???
Neste caso concreto era só para ganhar uns milhares de marcos, em tempo de guerra fazem-se as maiores fortunas. São as leis do jogo. A ira não mede as consequências e os fins justificam os meios.
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