O Presidente georgiano, Mikhail Saakachvili, declarou no passado Domingo que está pronto a conceder à Abkházia uma “autonomia ilimitada”. Neste anúncio, assegurou também estar disposto a dar a vice-presidência da Geórgia ao líder da região separatista.
A resposta abkhaze não se fez esperar, tendo os seus líderes políticos rejeitado em absoluto a proposta. Raul Khadjimba, vice-presidente da Abkházia, disse que “o único meio a que Milkhail Saakachvili poderá recorrer” para reunificar o país, “é a guerra”.
Peremptório, afirma: “já passámos por essa etapa uma vez, passaremos mais uma. Se Saakachvili pensa que pode resolver esta questão pela força das armas, está simplesmente enganado. Haverá apenas mais vítimas, abkhazes e georgianas”.
O político abkhase salientou também que a questão da independência é um dado adquirido para o seu povo, referindo que “já não há disputas territoriais com a Geórgia. Ela vive a sua vida, a Abkházia e a Ossétia do Sul vivem a sua”.
4 comentários:
Ora aí está um tema que, como muitos outros, é muito perigoso - o direito á auto-determinação dos povos.
Faz lembrar um pouco, se bem que em escala muito menor, o problema português da criação de municípios.
Por este caminho, daqui por 20 anos existirão o dobro dos países. E humildemente pergunto eu - como irão sobreviver? com que recursos?
Cá estaremos para ver, se lá chegarmos. Mas não sou muito optimista, em relação à paz no mundo, de um modo geral
A questão dos separatismos da Eurásia, embora radique nos fundamentos gerais da auto-determinação dos povos, tem de ser vista à luz das movimentaçãoes estratégicas na região. Deixo a questão: teriam a Abkhazia e a Ossétia do Sul fundamentos sólidos para a independência se Moscovo não as mantivesse em termos financeiros, económicos, políticos, sociais e militares? Provavelmente a questão kosovar não é muito diferente, só que desta feita com o apoio da União Europeia e dos EUA.
Olá Licínia! Bem vinda ao Civilizacionices! A tua questão é pertinente e importa responder. Todas estas movimentações, em torno dos nacionalismos, está a criar, ao contrário do que as grandes potências pretendem, uma maior instabilidade regional em muitas zonas do mundo. E, num mundo cada vez mais pequeno e com menos recursos, esta tendência actual dos Estados etnicamente puros pode criar sérios problemas à coabitação pacífica.
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