25 abril 2008

Arménios assinalam aniversário do genocídio

Milhares de pessoas desfilaram esta quinta-feira em Erevan. Os cidadãos convergiram ao memorial das vítimas do genocídio, no centro da cidade, onde depositaram flores. Este país do Cáucaso assinala os 93 anos do chamado “holocausto arménio”, cometido pelo Império Otomano no início do século XX.

As autoridades arménias reclamam “justiça histórica”, para o massacre de mais de um milhão e meio de arménios às mãos dos turcos otomanos, no período compreendido entre 1915 e 1923. Este país reclama o reconhecimento, por parte da Turquia, de que os seus antepassados otomanos exerceram de facto o genocídio.

A Turquia recusa estes números em absoluto: a sua versão oficial destes acontecimentos reconhece apenas 300 mil baixas arménias e outras tantas do lado turco, resultantes da guerra civil, que alegam ter sido provocada pelos arménios. Apesar do não reconhecimento turco, o genocídio arménio já foi oficialmente reconhecido por mais de 20 países, entre os quais a França, a Bélgica, a Polónia e a Rússia.

Um dos organizadores da marcha, citado pela Euronews, afirmou que os arménios vão “continuar a fazer esta marcha” até que “o mundo inteiro tome conhecimento desta tragédia” e sejam devolvidas as terras que lhes “pertencem historicamente”. O Presidente recém-empossado, Serge Sarkisian, declarou que o país “redobrará os esforços para obter um reconhecimento internacional do massacre como genocídio”.

“O reconhecimento internacional e a condenação do genocídio arménio é uma parte apropriada e inevitável da agenda da política externa da Arménia”, assumiu o político. Turcos e arménios estão de costas voltadas. Há quase duas décadas que os dois países não têm relações diplomáticas. As fronteiras foram encerradas no início dos anos 90, quando as tropas arménias ocuparam o enclave de Nagorno-Karabakh.

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