O Presidente dos Estados Unidos da América, enquanto discursava, este sábado, no Knesset, fez duras críticas "aos que acreditam que devemos negociar com terroristas e radicais”, em busca de um “falso conforto”. Bush acredita que a via da negociação, com “Estados que apoiam o terrorismo” foi “desacreditada pela história”.
As declarações de Bush foram entendidas como uma resposta ao pré-candidato do Partido Democrata à Presidência dos EUA, Barack Obama, que tinha afirmado a necessidade de encetar um diálogo construtivo com o Irão e com a Síria, países que a Administração Bush categorizou como fazendo parte de um “eixo do mal”.
Bush disse ainda que “ninguém que reza ou diz rezar ao Deus de Abraão seria capaz de vestir uma criança como um bombista suicida, ou pilotar aviões contra prédios comerciais cheios de trabalhadores inocentes”. Pouco depois do discurso, o porta-voz da Casa Branca apressou-se a dizer aos jornalistas que Bush não se referia a Obama.
Antes da sessão no Parlamento israelita, Bush visitou as ruínas da fortaleza de Masada, local histórico e símbolo nacional, que foi palco de um cerco pelos romanos, durante três anos, tendo sido tomada no ano 70 d.C. Quando os legionários conseguiram penetrar na cidadela, os sitiados judeus tinham já cometido suicídio colectivo, para evitar a captura pelo invasor.
Este sítio histórico é visita escolar obrigatória para todas as crianças israelitas, sendo a história do cerco uma referência constante nos manuais escolares, que exaltam o milenar heroísmo nacional do povo judeu. Bush, no seu discurso no Knesset, garantiu aos israelitas que “Masada nunca mais cairá” porque “a América estará ao seu lado”.
Os palestinianos, para quem a data tem outro significado, marcaram o aniversário de Israel com sirenes e balões negros. Os manifestantes lembraram as centenas de milhares de refugiados, que fugiram ou foram expulsos durante a guerra da independência e nunca puderam regressar. O evento é chamado a “Nakba”, ou o Dia da Catástrofe.
Sami Abu Zuhri, porta-voz do Hamas, respondeu pouco depois ao discurso do Presidente americano. Segundo afirmou, “o racismo que impede o direito do retorno aos milhões de refugiados palestinianos”, estabelece uma inevitabilidade para o Estado hebreu: “Israel não sobreviverá outros 60 anos. O fim de Israel está próximo.”
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