A crise diplomática que tem marcado as relações bilaterais da Colômbia com o Equador e com a Venezuela, ameaçou esta sexta-feira dominar a agenda da V Cimeira América Latina e Caraíbas/União Europeia (ALC/UE). A crise agudizou-se na quinta-feira, no seguimento da divulgação de um relatório da Interpol.
A Polícia Internacional assegurou, neste relatório, a autenticidade dos ficheiros encontrados no computador do líder guerrilheiro Raul Reyes, abatido pelo exército colombiano em território do Equador, que apontam para o financiamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) pelo Governo venezuelano.
Hugo Chávez afirma que todo este caso não passa de “uma palhaçada orquestrada pelo Governo colombiano”, que acusa de dificultar as negociações venezuelanas com vista à libertação dos reféns: “Uribe não quer que essas pessoas saiam de lá e acredito que não quer porque Bush não quer”, tinha declarado o presidente venezuelano na quinta-feira.
À margem desta crise diplomática, sobressaíram, nos encontros multilaterais, outras divergências entre os líderes da América Latina e da Europa, sobretudo no campo das relações económicas. Alguns países sul-americanos recusam-se a abrir os seus mercados e a UE é intransigente na manutenção da política de subsídios aos agricultores.
“O nosso apelo, na qualidade de anfitriões momentâneos, é que a nossa discussão de hoje se concentre nos pontos que nos unem em vez de nos determos naquilo que nos desune e, por enquanto, nos divide”, afirmou, num tom conciliador, Alan Garcia, Presidente do Peru, na sua intervenção de abertura dos trabalhos.
A Casa Branca, por sua vez, também deitou mais uma acha na fogueira. Sean McCormack, porta-voz do Departamento de Estado, na sequência da divulgação da informação da Interpol, fez uma intervenção pública, na qual afirmou que “as informações que mostram relações de Caracas com as FARC são preocupantes”.
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