22 maio 2008

Queimados vivos por bruxaria

No Quénia, na aldeia de Nyakeo, a cerca de 300 quilómetros de Nairobi, dezanove pessoas foram detidas esta quinta-feira, acusadas de terem queimado vivos, nas suas casas, onze camponeses acusados de bruxaria. A região é conhecida como “zona de bruxos”.

Cerca de uma centena de pessoas, na noite de terça-feira, tinha percorrido as ruas da aldeia de Nyakeo. Na romagem, promovida, segundo a AFP, por uma máfia local, os populares invadiram e deitaram fogo às casas dos acusados, tendo as vítimas sido previamente amarradas no interior.

De acordo com a polícia local, foram assassinadas oito mulheres e três homens, todos com mais de 70 anos. “Até agora, confirmámos onze mortos e procuramos ainda as casas incendiadas para a eventualidade de se encontrarem outros corpos”. As autoridades afirmam que vão punir os responsáveis.

Eventos como este não são novidade no Quénia. Durante a última década do século vinte deu-se uma vaga de incidentes do género. Dezenas de pessoas foram mortas, acusadas de lançar feitiços que, alegadamente, tornavam as pessoas canibais, surdas, mudas ou sonâmbulas.

2 comentários:

Antonovsky disse...

Em pleno século XXI ainda acontecem estas barbaridades no mundo.
Muito pouco de civilizacionice e evolução, mas sim de brutalidade e ignorância

zasilva disse...

É verdade, Antonovsky, África continua a ser um continente de grandes contrastes. No meio de tanta riqueza há tanta desgraça e ignorância. E o colonialismo, em parte, é culpado por este atraso civilizacional.
Porque enquanto os colonizadores estiveram lá, em vez de contribuir para o desenvolvimento humano, limitaram-se a explorar as terras e as gentes.
Mas isso não pode servir eternamente de desculpa. Se os Estados africanos querem ser levados a sério pela sociedade internacional, têm que pôr travão a este tipo de comportamentos. E o processo tem que começar, obrigatoriamente, pela escolarização das pessoas. Senão, nada feito.
Abraço!